“E crucificaram com ele dois salteadores, um à sua direita, e outro à esquerda”. (Marcos 15.27).
Gostaria de falar um pouco hoje, sobre os dois diferentes lados que se erguem na crucificação. Os dois mundos que existem ao lado da cruz. “...um à sua direita, e outro à esquerda”. (Marcos 15.27).
Muita gente parece não querer se lembrar, e muitas vezes deseja até mesmo ignorar, o fato de que os dois salteadores também foram crucificados. Esse é o outro lado da saga. A Saga dos Salteadores. A Cruz é assim, envolvente, nela ninguém fica de fora.
Na cruz não há VÍTIMAS, só há culpados. Não fará sentido nenhum, crer num Cristo INJUSTIÇADO. Deus não cometeria tamanha Injustiça. Na Cruz estão os crucificados, uns pelos seus pecados, e Cristo pelos MEUS.
Permita-se “imaginar” o que aconteceu do lado esquerdo da Cruz: “E um dos malfeitores que estavam pendurados blasfemava dele, dizendo: Se tu és o Cristo, salva-te a ti mesmo, e a nós”. (Lucas 23. 39).
BLASFÊMIA. Você sabe o que é isso? Imagine uma pessoa que escolhe falar de forma injuriosa, conscientemente e deliberadamente contra a divindade ou sua religião, ou mesmo contra uma pessoa. Isso é blasfêmia.
Permita-se “imaginar” o que aconteceu do lado direito da Cruz: “Respondendo, porém, o outro, repreendia-o, dizendo: Tu nem ainda temes a Deus, estando na mesma condenação? E nós, na verdade, com justiça, porque recebemos o que os nossos feitos mereciam; mas este nenhum mal fez. E disse a Jesus: Senhor, lembra-te de mim, quando entrares no teu reino. E disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso”. (Lucas 23.40-43).
O que você consegue ver deste lado da Cruz? Se abrir os seus olhos com cuidado talvez a cena consiga enxergar:
- Um coração que teme ao Senhor: “Tu nem ainda temes a Deus, estando na mesma condenação”. Esse não é marginal (em essência), ele está temporariamente marginal. Quer sair desse caminho a qualquer custo.
- Uma mente esclarecida e consciente de seus pecados. Uma pessoa lúcida sobre suas falhas e erros: “E nós, na verdade, com justiça, porque recebemos o que os nossos feitos mereciam; mas este nenhum mal fez”. Ele sabe bem o que seus feios merecem. Um conceito coerente e equilibrado sobre Justiça. Esse será um alvo fácil para a justificação proposta por Cristo. Ele já sabe exatamente quem é o Cristo que nenhum mal cometeu.
- Desejo ardente de abandonar o “inferno” em que está vivendo, para experimentar um pedacinho do céu. “E disse a Jesus: Senhor, lembra-te de mim, quando entrares no teu reino”.
TODOS OS LADOS. O amor de Jesus se ergueu e seguiu para todos os lados. Conquanto, foi para este lado que Jesus Cristo dirigiu e direcionou a sua compaixão. “Jesus disse: Em verdade te digo que hoje estarás comigo”. Não há nada que se possa comparar a esse acolhimento de Jesus. Nada como ser convidado para estar com Cristo.
Por que estar com um e com outro não? Porque um dos pendurados ao lado da Cruz “blasfemava”, não demonstrava arrependimento e nem o temor de Deus mesmo estando debaixo de grave e merecida condenação.
A Cruz absolve e Condena. “Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus”. (João 3.18).
O pecado só condena: “Sabendo que esse tal está pervertido, e peca, estando já em si mesmo condenado”. (Tito 3.11)
Alguém assim não precisa de quem o condene. Uma pessoa assim se condena por si só. “...estando já em si mesmo condenado”. (Tito 3.11).
Hoje não será diferente. O mundo é atual e contemporâneo, mas o pecado que “tão de perto nos rodeia” é antigo.
Disse Jesus: “E eu, quando for levantado da terra, todos atrairei a mim”. (João 12.32).
Fomos chamados hoje para erguer a Cruz. Colocá-la em evidência em nossas vidas. Isso chamará a atenção das pessoas.
Ao erguermos a Cruz, os mesmos “ecos” ao lado dela se ouvirão. Os “salteadores” ao lado dela sempre estarão: “...um à sua direita, e outro à esquerda”. Essa é a saga dos dois salteadores.
Diante dos julgamentos (análise e reflexão) o mais comum será o desejo de soltar o “marginal” que ainda vive dentre de nós. É como ouvir hoje a voz do coração que grita: “solta-nos Barrabás”. (Lucas 23.18).
Outros estão lutando e sofrendo para ver se conseguem soltar Jesus: “Falou, pois, outra vez Pilatos, querendo soltar a Jesus”. (Lucas 23.20). Pessoas assim, seja por status, ou por cederem às pressões sociais, acabam por não cumprir ou mesmo concluir esse seu desejo.
É o “militar” o guerrear da carne contra o Espírito. “Porque a carne luta contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; e estes opõem-se um ao outro...” (Gálatas 5.17). Não há guerra sem oposição.
Não deixe de lutar e de fortalecer o lado que você deseja tornar vencedor. Não se pode é alimentar os dois lados e achar que no final você sairá ganhando. Alimentar os dois lados é sair perdendo. Sempre perdendo.
Cristo ergueu a sua Cruz para que nós pudéssemos nos posicionar. Tal qual na crucificação, “...um à sua direita, e outro à esquerda”.
Quando nos colocamos diante de Cristo, e fazemos dele o nosso Pastor. Como o bom pastor ele aparta as ovelhas dos bodes.
“E todas as nações serão reunidas diante dele, e apartará uns dos outros, como o pastor aparta dos bodes as ovelhas; E porá as ovelhas à sua direita, mas os bodes à esquerda. Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo; (Mateus 25.32-34).
Ovelhas à sua direita, mas os bodes à esquerda.
Aos que estiverem à sua direita, um gostoso e retumbante: “Vinde, benditos de meu Pai”.
E aos que estiverem a sua esquerda?
“Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos”. (Mateus 25.41).
Aos que estiverem à sua esquerda, não restará mais nada, senão serem apartados para a maldição.
Jesus foi erguido naquela Cruz para que nós pudéssemos nos posicionar a respeito dela. Ele se entregou para ATRAIR A TODOS: “...todos atrairei a mim”. (João 12.32).
Atraídos pela cruz, nos posicionemos sempre a favor dela. Sempre ao lado da Cruz.
DECIDA ERGUER BEM ALTO A CRUZ.
Do coração do pastor, para o coração de suas ovelhas.
Carlos Elias de Souza Santos.
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