“...Por isso diz a Escritura: "Deus se opõe aos orgulhosos, mas concede graça aos humildes". (Tiago 4.6).
As pessoas nunca deixam de nos fascinar.
-
ALGUMAS VIDAS SÃO COMO CARROS DE CORRIDA NA PISTA.
Movimentam-se em uma velocidade enorme.
São ativas, muito motivadas; raramente param, exceto num “pit stop” para comer, descansar o
mínimo necessário, e deixar que seu coração reduza o ritmo, antes de começar
tudo de novo.
Apesar disso, por toda a sua fúria e velocidade, elas
realizam poucas coisas importantes.
Estão sempre atrás de grandes atividades e derramam cada
grama de energia nelas, mas, quando chegam ao fim da corrida, suas vidas são
como seus tanques – vazias.
-
ALGUMAS VIDAS SÃO COMO METEOROS
Vão viajando e esbarando através do espaço até colidir com
o mundo, com um brilho ofuscante. Ficam famosos, todo mundo os vê e também reconhece
sua notoriedade. Assim que se tornam públicas e viram notícia, explodem e se
queimam facilmente. O mesmo mundo que lhes serve de combustível é também o mesmo
que os consome. É de algum impacto, contudo, não duradouro nem significativo.
- ALGUMAS VIDAS SÃO RIOS CALMOS E PROFUNDOS
Estas são pessoas fiéis, perseverantes, doadoras, pessoas
que apoiam, silenciosamente poderosas. Usam sua força para ajudar os outros.
Sempre permitem que outros deslizem e avancem sobre sua superfície. Irradiam
sua vida por onde passam, seguem seu curso firme, respeitando seus limites. São
pessoas convictas que sempre chegam ao seu destino.
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ALGUMAS VIDAS SÃO COMO TELHADOS.
Para pessoas assim, a vida começa com uma subida agradável,
que vai cada vez mais para cima. Deus concedeu a elas muitos talentos, um
intelecto superior, uma beleza que se destaca, confiança interior, e todas as
vantagens para o sucesso. Essa pessoa é aquela que todos dizem: “fiquem de olho
nele, vai longe! ”. Quando alcança a liderança, faz coisas grandes e
importantes. Quando chega no “pico” do telhado, começa a descer, descendo
sempre na direção oposta. De modo surpreendente pela rebeldia, pelo escândalo,
pelo desapontamento, pelo embaraço, e por fim pelo fracasso total.
A
Bíblia Tem pessoas de todos esses tipos: O carro de corrida
impetuoso, o meteoro berrante, o rio enigmático, mas o mais comum de todos,
para minha triste surpresa, é a vida que se parece com a figura de um telhado
que sobe e depois desce. Começam bem, mas é triste e longo o seu declínio.
Assim
foi a vida de Saul, o rei que recusou a se curvar.
A trágica história de Saul é um alerta para todos nós,
quando nos lembra que o impacto de uma vida, quer seja positivo ou negativo,
não pode ser medido com precisão até que tenha percorrido todo o seu caminho.
É sempre bom ter cuidado e não emitir opiniões antes da
hora, com respeito a certos indivíduos, especialmente aqueles que se destacam
por seus muitos dons.
Saul o primeiro Rei de Israel, é uma das figuras mais
trágicas e surpreendentes do Antigo Testamento.
Em
alguns aspectos ele é bem grande e em outros, bem pequeno.
Ele é
dominantemente formoso e em alguns momentos decididamente feio.
Ele é
ao mesmo tempo um gigante e um anão, um herói e um desertor.
Ora é
um rei, ora é um escravo.
Um homem a quem Deus ungiu e a seguir um homem que o Diabo
possuiu.
Começou de maneira promissora e terminou de maneira tão
triste.
Saul demostrou ter percebido o estilo de vida que abraçou:
“...tenho
agido como um tolo e cometido um grande erro". (1 Samuel 26:21).
A vida de Saul serve como um alerta para todos nós:
Quando
você estiver diante de um dilema moral, e souber a posição de Deus sobre a
questão, trate de não escolher o erro, pare para refletir e faça a coisa certa.
Talvez seja sua última chance de fazer a coisa certa.
Quando se lembrar da vida de Saul:
1) CONSIDERE
O PODER QUE TEM UMA ÚNICA DECISÃO.
Até os dias de Saul o governo era uma “teocracia”, Deus
governava e pronto. Em certo momento da história o povo olhou para as outras
nações e desejou um rei.
1 Quando envelheceu, Samuel nomeou seus filhos como líderes
de Israel.
2 Seu filho mais velho chamava-se Joel, o segundo, Abias.
Eles eram líderes em Berseba.
3 Mas os filhos dele não andaram em seus caminhos. Eles se
tornaram gananciosos, aceitaram suborno e perverteram a justiça.
4 Por isso, todas as autoridades de Israel reuniram-se e
foram falar com Samuel, em Ramá.
5 E disseram-lhe: "Tu já estás idoso, e teus filhos
não andam em teus caminhos; escolhe agora um rei para que nos lidere, à
semelhança das outras nações" (1 Samuel 8.1-5).
Eles foram chamados para ser diferentes, mas seu desejo
agora era ser: “..à semelhança das
outras nações”. (1 Samuel 8.5).
Temos que ter muito cuidado quando invejamos os outros. A
inveja não é virtude é defeito.
“O
coração em paz dá vida ao corpo, mas a inveja apodrece os ossos”. (Provérbios
14:30).
A podridão dos ossos cheira mal. C. S. LEWIS declarou certa vez:
“A
verdadeira narina cristã deve estar continuamente atenta à fossa interior”.
Em palavras um pouco mais simples: “precisamos cheirar e
identificar nosso próprio fedor”. É a inveja que em grande parte nos atrai para
as coisas do mundo.
Reconheçamos que a escolha do povo, foi uma escolha ruim:
6 Quando, porém, disseram: "Dá-nos um rei para que nos
lidere", isto desagradou a Samuel; então ele orou ao Senhor.
7 E o Senhor lhe respondeu: "Atenda a tudo o que o
povo está lhe pedindo; não foi a você que rejeitaram; foi a mim que rejeitaram como rei. (1
Samuel 8.6,7)
Eles na verdade rejeitaram o reinado de Deus. Eles
rejeitaram a autoridade de Deus.
Foram alertados sobre o caminho que estavam escolhendo.
18 Naquele dia, vocês clamarão por causa do rei que vocês
mesmos escolheram, e o Senhor não os ouvirá".
19 Todavia, o povo recusou-se a ouvir Samuel, e disseram:
"Não! Queremos ter um rei.
20 Seremos como todas as outras nações; um rei nos
governará, e sairá à nossa frente para combater em nossas batalhas". (1 Samuel 8:18-20).
PARA QUE ELES FOSSEM IGUAIS AS OUTRAS NAÇÕES ELES PERDERIAM
O QUE TINHAM DE MELHOR A SUA DISTINÇÃO.
A perda de nossa Santidade, quase sempre segue por esse
mesmo caminho. Chamados para ser diferentes, decidimos ser IGUAIS. Perdemos
exatamente aquilo que nos diferencia do mundo: nossa santidade.
John Charles Ryle, em seu
Livro: Santidade, diz o seguinte: “A
santidade é o hábito de ter a mesma mente de Deus à medida que tomamos
conhecimento da sua mente, descrita nas Escrituras. É o hábito de concordar com
os juízos de Deus, abominando aquilo que Ele abomina, amando aquilo que Ele ama
e medindo tudo quanto há neste mundo pelo padrão da sua Palavra. A pessoa mais
santa é aquela que em tudo concorda com Deus”. (Santidade, Págs. 66-67).
Uma escolha errada não afeta apenas uma pessoa. Na verdade,
se escolha é feita por uma nação, ela afetará milhares de pessoas.
Quando tiver que escolher, pense bem! Lembre-se do poder
que tem uma única decisão. Sua escolha pode definir o seu futuro para sempre.
2) A
OBEDIÊNCIA NÃO É UMA OPÇÃO.
Como sabemos a nação de Israel escolheu Saul, para ser o
seu Rei. A Bíblia apresenta Saul de forma surpreendente:
1 Havia um homem de Benjamim, rico e influente, chamado
Quis, filho de Abiel, neto de Zeror, bisneto de Becorate e trineto de Afia.
2 Ele tinha um filho chamado Saul, jovem de boa aparência,
sem igual entre os israelitas; os mais altos batiam nos seus ombros.
(1
Samuel 9.1,2).
No início de sua vocação, Saul mostrou-se um homem humilde:
21 Saul respondeu: "Acaso não sou eu um benjamita, da
menor das tribos de Israel, e não é o meu clã o mais insignificante de todos os
clãs da tribo de Benjamim? Por que então estás me dizendo tudo isso? " (1 Samuel 9.21)
Quase que de um dia para o outro a popularidade de Saul
estourou.
Seguindo sua explosão de glória, a vida de Saul começou a desandar.
Saul tornou-se vítima dele mesmo.
Saul recebeu uma ordem simples do Profeta Samuel, quando
decidiu seguir com seu exército para Gilgal.
“8 Vá na minha frente até Gilgal. Depois eu irei também,
para oferecer holocaustos e sacrifícios de comunhão, mas você deve esperar sete
dias, até que eu chegue e lhe diga o que fazer". (1 Samuel 10.8)
Saul, não soube esperar, decidiu desobedecer. Certamente
ele e todo o seu exército pagaram um alto preço por sua desobediência.
4 E todo Israel ouviu a notícia de que Saul tinha atacado o
destacamento dos filisteus atraindo o ódio dos filisteus sobre Israel. Então os
homens foram convocados para se unirem a Saul em Gilgal.
5 Os filisteus reuniram-se para lutar contra Israel, com
três mil carros de guerra, seis mil condutores de carros e tantos soldados
quanto a areia da praia. Eles foram a Micmás, a leste de Bete-Áven e lá
acamparam.
6 Quando os soldados de Israel viram que a situação era
difícil e que seu exército estava sendo muito pressionado, esconderam-se em
cavernas e buracos, entre as rochas e em poços e cisternas.
7 Alguns hebreus até atravessaram o Jordão para chegar à
terra de Gade e de Gileade. Saul ficou em Gilgal, e os soldados que estavam com
ele tremiam de medo. (1 Samuel 13.4-7).
Sem as ordens de Samuel, o que Saul faz? Ele ofereceu
sacrifícios em lugar do sacerdote.
9 Então ele ordenou: "Tragam-me o holocausto e os
sacrifícios de comunhão". Saul ofereceu então o holocausto,
10 e quando ele terminou de oferecê-lo, Samuel chegou, e
Saul foi saudá-lo.
11 E perguntou-lhe Samuel: "O que você fez? "
Saul respondeu: "Quando vi que os soldados estavam se dispersando e que
você não tinha chegado no prazo estabelecido e que os filisteus estavam reunidos
em Micmás,
12 pensei: ‘Agora, os filisteus me atacarão em Gilgal, e eu
não busquei o Senhor’. Por isso senti-me obrigado a oferecer o
holocausto".
(1
Samuel 13.9-12).
Deus
nunca obrigará ninguém a cumprir aquilo que não é sua obrigação.
Neste
momento o pânico substituiu a paciência. Esse é o pior momento de um
servo de Deus, quando se decide por resolver tudo com as próprias mãos.
Três
erros principais estão na sua atitude:
- Os Reis não podiam
oferecer holocaustos em nome da comunidade. Um rei só poderia oferecer
sacrifícios por si mesmo, nunca pela nação. Isso somente poderia ser feito pelo
sacerdote.
- Era Samuel quem
deveria conduzir os planos de batalha do Senhor. Saul deveria ter esperado
por ele. Saul se esqueceu que o sacrifício para um hebreu era uma prova de
submissão e não um ato de suborno.
- Saul na hora da
crise, tomou a decisão de confiar mais em si mesmo. Sua decisão de oferecer
o sacrifício está baseada no bom senso, na perspectiva terrena e não na vontade
de Deus. Ele decide avançar contra seus inimigos com uma estratégia humana e
não divina.
Seu erro lhe custou o seu reinado:
13 Disse Samuel: "Você
agiu como tolo, desobedecendo ao mandamento que o Senhor seu Deus lhe deu;
se você tivesse obedecido, ele teria estabelecido para sempre o seu reinado
sobre Israel.
14 Mas agora seu reinado não permanecerá; o Senhor procurou
um homem segundo o seu coração e o designou líder de seu povo, pois você não
obedeceu ao mandamento do Senhor". (1
Samuel 13.13,14).
Para o nosso Deus a obediência não é negociável. Obediência
não é uma opção.
22 Samuel,
porém, respondeu: "Acaso tem o Senhor tanto prazer em holocaustos e em
sacrifícios quanto em que se obedeça à sua palavra? A obediência é melhor do
que o sacrifício, e a submissão é melhor do que a gordura de carneiros. (1 Samuel
15:22).
A obediência é melhor do que o sacrifício.
Saul se esqueceu:
3) SÃO OS
PRINCÍPIOS QUE MERECEM MAIOR ATENÇÃO
Como tão rapidamente Saul se
esqueceu de coisas importantes para um rei que foi ungido por Deus.
Todos sabemos que ele não
começou assim. Ele era alto, modesto, generoso, um guerreiro corajoso, um
servo-líder e humilde. Contudo, porque recusou-se a se curvar, o seu coração se
endureceu. Aos seus olhos Saul tornou-se maior do que Deus, resistiu a tudo
aquilo que ele deveria representar.
Quando falha do orgulho,
Agostinho de Hipona em suas “confissões” assim se expressa:
“Se
um homem glorificado por qualquer dom que vós, ó meu Deus, lhe concedestes, se
compraz mais em louvar-se do que em possuir esse dom que lhe atrai louvor – Vós
o reprovais, apesar de louvado pelos homens”.
(Confissões, Pg. 274 – Livro X
- O encontro de Deus).
Essa história está repleta de
princípios que precisam chamar a nossa atenção:
-
Como Você termina é muito mais importante do que como você começa.
Só quando um homem ou uma
mulher acabam bem, podemos dizer que a vida foi um sucesso. Um bom começo não
garante um bom final.
Finais felizes são o resultado
de boas escolhas, disciplina persistente ao longo de toda uma vida de total
obediência a Deus.
-
Racionalização é desobediência, pois se recusa a aceitar a verdade.
A mentira mais destrutiva
talvez seja aquela que você conta a si mesmo e acredita.
A racionalização é uma auto
ilusão. É quando torcemos uma verdade de maneira que ela se torna uma mentira
conveniente.
Racionalizações geralmente são
baseadas em boas intenções, mas sempre levam à inquietação. O fato de só ter
uma escolha não é fácil, é muito complicado. Ainda assim, o certo é obedecer.
Quando a ordem é clara, porque
tanto analisar e interpretar? Se é uma ordem de Deus simplesmente obedeça.
Quase sempre em questões
claras como as que estão a seguir, nossa tendência mais comum é racionalizar:
“Não se ponham em jugo desigual com descrentes. Pois o que têm em
comum a justiça e a maldade? Ou que comunhão pode ter a luz com as trevas? ”. (2 Coríntios 6:14).
“A vontade de Deus é que vocês
sejam santificados: abstenham-se da
imoralidade sexual”. (1 Tessalonicenses
4:3)
Mais claro do que isso impossível.
São ordens de Deus, e você
decidirá entre racionalizar ou obedecer.
Para evitar problemas com as
ordens de Deus:
-
Permaneça Responsável – Dê ouvidos à repreensão.
-
Rejeite o Orgulho – O orgulho sempre fará você defender decisões
tolas. É sempre melhor admitir que errou e começar de novo.
-
Persevere na Verdade – Siga a verdade por onde ela o levar. Nesse
caminho sempre você encontrará as bênçãos de Deus.
Nunca se esqueça: A honra que
Deus pode lhe dar, será sempre muito maior do que aquela que você poderia dar a
si mesmo.
É
por isso que a Escritura diz: “ Deus se opõe aos orgulhosos, mas concede graça
aos humildes". (Tiago 4.6).
Baseado
no Livro: SWINDOLL, Charles R. Vidas Incríveis: histórias fascinantes sobre
vidas esquecidas. Trad. Eloisa Pasquini. São Paulo: Ágape: 2013. .Págs. 149-178.
Referências:
RYLE,
John Charles. SANTIDADE: Sem a qual ninguém verá o Senhor. Trad. João Bentes
& Waleria Coicev. 2ª Ed. São Paulo: Editora Fiel, 2014. Págs. 66-67
(Primeira Edição em inglês:1879).
AGOSTINHO,
Santo, Bispo de Hipona. Confissões. Trad. J. Oliveira e Ambrósio de Pina. 26.
Ed. Petrópolis: Vozes, 2012. Pg. 274. Livro
X - O encontro de Deus.
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