A TAREFA DO DISCÍPULO.
Mateus 28-19-20.
Algum tempo atrás me deparei com o Livro a Treliça e a
Videira. Livro de Colin Marshall e Tony
Payne.
Interessante sua analogia sobre a exata diferença entre a
treliça que serve de suporte e estrutura para a videira e a Videira em si.
Para os autores a maioria das igrejas é “como” uma mistura
de treliça e videira.
- A Obra fundamental do ministério cristão é pregar o
evangelho de Jesus Cristo no poder do Espírito de Deus e ver pessoas
convertidas, mudadas e crescendo para a maturidade nesse evangelho. Essa é a
obra de plantar, regar, fertilizar a cuidar da videira.
- Algum tipo de estrutura é necessária para ajudar uma
videira a crescer e se desenvolver. Ministérios cristãos precisam de estrutura
e apoio.
- Todos os ministérios cristãos têm algum tipo de “treliça”
que lhes dá forma e apoio para a obra.
A Medida que a videira cresce a treliça também carece de
nossa atenção.
O problema talvez seja: Não terá o trabalho da treliça
(Gerência, finanças, infraestrutura, organização, governança) predominado sobre
o trabalho da videira??
Se a igreja estiver nessa condição, então, há toda chance de
que a videira esteja padecendo cansada.
Quase sempre a obra da treliça tende a predominar sobre a
obra da videira.
A obra da videira é pessoal e exige muita oração. Exige que
dependamos de Deus e abramos a boca para falar a Palavra de Deus, de alguma
maneira, para outras pessoas. Por natureza (ou seja, por natureza pecaminosa),
nos retraímos disso.
Dou outro lado fazer a obra da treliça, como realizar
serviços de limpeza, discutir o estado ou a cor do carpete. A obra da treliça é
quase sempre mais visível e estrutural. A comissão de um evento, um programa,
um orçamento, uma infraestrutura.
Quando só desenvolvemos a obra da treliça, certamente
desenvolvemos uma visão institucional do ministério.
Na maioria das igrejas investimos mais para cuidar da
treliça do que com o cuidado da igreja (videira) em si.
NOSSA GRANDE COMISSÃO.
Em 1792, um jovem chamado William Carey
publicou um pequeno livro intitulado: “Uma Inquirição sobre as obrigações de
Cristãos Usarem meios para a conversão dos Pagãos). No livro, Carey argumentou
contra a opinião prevalecente de que a grande comissão, dada em Mateus 28, fora
cumprida pelos primeiros apóstolos e não se aplicava à igreja em gerações
posteriores. Carey via essa ideia como uma abdicação de nossa responsabilidade.
Ele entendia a Grande comissão como um dever e privilégio para todas as
gerações, e assim começou o movimento moderno de missões.
É claro que devemos enviar missionários aos
confins da terra e procurar alcançar todo o mundo para Cristo. Mas isto é
realmente o que Mateus 28 nos chama a fazer?
A comissão se aplica a nossa própria igreja
e a cada discípulo cristão?
Quando os discípulos assustados viram o
Senhor Jesus ressuscitado, soferam com uma mistura de temor e dúvida. As
palavras de Jesus para cada um deles foi inicialmente para acalmá-los e
fortalece-los:
“18 E, chegando-se Jesus, falou-lhes,
dizendo: É-me dado todo o poder no céu e na terra” (Mateus 28.18).
Esta autoridade declarada, é na verdade uma
confirmação do que profeticamente se havia dito sobre Jesus Cristo, no profeta
Daniel:
“13 Eu estava olhando nas minhas visões da
noite, e eis que vinha nas nuvens do céu um
como o filho do homem; e dirigiu-se ao ancião de dias, e o fizeram chegar
até ele.
14 E foi-lhe dado o domínio, e a honra, e o
reino, para que todos os povos, nações e línguas o servissem; o seu domínio é um
domínio eterno, que não passará, e o seu reino tal, que não será
destruído.” (Daniel 7. 13,14).
Comparar Daniel 7.9 – Apocalipse: 1. 13-14.
Este é quem EU SOU. Dizia Jesus, resgatando sua AUTORIDADE.
O PODEROSO FILHO-DO-HOMEM < Que cura
enfermos, ressuscita mortos, ensinando com autoridade, perdoando pecados.
E quando o Filho do homem vier em sua
glória, e todos os santos anjos com ele, então se assentará no trono da sua
glória;
E todas as nações serão reunidas diante
dele, e apartará uns dos outros, como o pastor aparta dos bodes as ovelhas;
Mateus 25:31,32
No monte da Galiléia foi cumprida essa
grande visão.
É com base em SUA AUTORIDADE SUPREMA, ÙNICA
E UNIVERSAL DE FILHO DE Deus ressuscitado, que Jesus comissiona seus discípulos
a fazerem discípulos de todas as nações.
Às vezes nossas traduções da Bíblia dão a
impressão de que “Ide” é a ênfase do mandamento, mas o verbo principal da
oração é FAZEI DISCIPULOS”, que conta com três particípios subordinados e
ligados a ele:
INDO – à medida que você vai.
Batizando e
Ensinando.
Batizando e ensinando são os meios pelos
quais os discípulos devem ser feitos. Talvez o Batismo possa significar alguma
outra coisa, mas aqui ele se refere à iniciação dos discípulos no
arrependimento e na submissão ao soberano Jesus, o Senhor que governa o mundo.
O Ensinar que os discípulos deveriam fazer
reproduz o que o próprio Jesus havia feito com eles. Jesus fora o “MESTRE”
deles:
16 E enviaram-lhe os seus discípulos, com
os herodianos, dizendo: Mestre, bem sabemos que és verdadeiro, e ensinas o
caminho de Deus segundo a verdade, e de ninguém se te dá, porque não olhas a
aparência dos homens. (Mateus 22.16).
E porque Jesus os ensinou eles cresceram em
conhecimento e em entendimento. Os
discípulos devem agora, por sua vez, fazer novos discípulos por ensinarem
outros a obedecer todo o mandamento dado por seu mestre. No relato da missão
feito por Lucas, esta ordem de fazer discípulos por ensinar” corresponde a
pregar o evangelho. Nesse relato, vemos que Jesus disse “que em seu nome se
pregasse arrependimento para remissão de pecados a todas as nações, começando
de Jerusalém”. (Lucas 24.47).
E como devemos entender o “INDO”?
Tradicionalmente isto tem sido entendido
como um mandato missionário, um esquema para enviar obreiros do evangelho ao
mundo. Todavia, isto pode levar igrejas locais a pensarem que estão obedecendo
à grande comissão se enviam dinheiro ( e missionário) para o exterior. De fato,
o particípio seria melhor traduzido por “quando você for” ou “à medida que você
vai”. A comissão não é fundamentalmente
sobre missões em algum lugar de outro País. É uma comissão que torna o fazer
discípulos a agenda e a prioridade normal de cada igreja e de cada discípulo
cristão.
A autoridade de Jesus não está limitada em
qualquer aspecto. Ele é o Senhor e soberano de minha rua, meus vizinhos, meu
bairro, meus colegas de trabalho, minha família, minha cidade, minha
nação. – e sim, de todo o mundo.
Jamais deveríamos parar de enviar
missionários para pregar o evangelho em lugares onde ele precisa ser ouvido,
mas devemos também ver o fazer discípulos como tarefa central em nossos lares,
vizinhanças e igreja.
A instrução de Jesus sobre fazer
discípulos, registrada em Mateus 28.19, não é apenas uma mensagem específica
para os apóstolos reunidos em volta dele no tempo de sua aparição final, após a
ressurreição. Os primeiros discípulos
foram instruídos a fazerem discípulos de outros. E visto, que estes novos
discípulos estavam sob o senhorio universal de Cristo e deviam obedecer ao que
Jesus ensinara, ficaram sob a mesma obrigação dada aos doze originais, de
prosseguir o trabalho de anunciar o Senhorio de Cristo, como fizeram seus
ouvintes, e assim por diante “até à consumação do século”.
Para o Dr. D. A. Carson em seu comentário
de Mateus, sobre esse texto, a ordem é dado aos discípulos e eles são um
paradigma para todos os discípulos. Cumpre a todos os discípulos de Jesus
fazerem de outros aquilo que eles mesmos são – discípulos de Jesus Cristo.
Ser discípulo significa ser chamado a fazer
novos discípulos.
É claro que os cristãos recebem dons e
exercem diferentes ministérios. Mas, porque todos somos discípulos de Cristo e
temos com ele uma relação de professor e aluno, mestre e seguidor, todos nós
somos fazedores de discípulos.
Portanto, a tarefa do discípulo cristão é
muito simples e , até certo ponto, mensurável: Estamos fazendo e nutrindo
verdadeiros discípulos de Cristo?
A igreja sempre tende em direção ao
institucionalismo e à secularização. O foco muda para a preservação de
programas e estruturas tradicionais, e se perde o alvo de discipulado. O
mandato de fazer discípulos é o critério que determina se nossa igreja está
engajada na missão de Cristo. Estamos fazendo verdadeiros discípulos de Jesus
Cristo? Nosso alvo não é fazer membros de igreja ou membros de nossa
instituição, e sim, verdadeiros discípulos de Jesus.
Ou retornando à nossa parábola – nosso alvo
é dar crescimento à videira e não à treliça.
A imagem da treliça e da videira suscita as
perguntas fundamentais do ministério Cristão:
- Qual o propósito da Videira?
-Como ela cresce?
- Como a videira se relaciona com minha
igreja?
- O que é a obra de videira e o que é a
obra de treliça? E como podemos saber a diferença?
- Que parte diferentes pessoas realizam no
crescimento da videira?
- Como posso ter mais pessoas envolvidas na
obra de videira?
- Qual relacionamento correto entre a
treliça e a videira?
Todos querem que suas igrejas cresçam e não
sabem bem por onde começar seu trabalho.
Gurus do crescimento...
Metodos de ministério
Técnica chave para o sucesso
Não sabemos mais a diferença entre
ministério cristão na Bíblia e na denominação.
O principal erro aqui é que nosso foco se
aparta de nossa principal tarefa: Fazer discípulos.
A ESTRUTURA não faz o ministério se
desenvolver, assim como a treliça não dá crescimento à videira, e que a maioria
das igrejas precisa fazer uma mudança consciente – do estabelecimento e
manutenção de estruturas para o crescimento de pessoas que são discípulos que
fazem discípulos de Cristo.
Um breve resumo de:
MARSHALL, Colin. A Treliça e a Videira: A
mentalidade de discipulado que muda tudo. Colin Marshall, Tony Payne. Tradução
Francisco Wellington Ferreira. São José dos Campos, SP: Fiel, 2015. Págs.
13-22.
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