DEUS É

DEUS É. DEUS ESTÁ. DEUS FAZ.  

“Deus é o nosso refúgio e fortaleza...” (Salmo 46.1).

Não sei se você sabe, mas há uma possibilidade muito grande que o contexto histórico em que foi escrito o salmo 46, seja a ocasião em que Deus livrou Jerusalém dos assírios no tempo do rei Ezequias (II Rs 18-19; II Cr 32; Is 36-37). Será bastante proveitoso ler estes textos para um melhor entendimento deste salmo.

Como se sabe, o rei Ezequias era poeta, e é possível que tenha escrito não apenas este salmo, mas também o 47 e o 48, provavelmente no mesmo contexto histórico, onde a vitória do Senhor é celebrada sobre o inimigo.

O que se pode destacar de um salmo tão importante como este?

1) Deus É – (Sl 46.1-3) Sim! Deus é o nosso refúgio. A palavra traduzida por “refúgio”, no verso 1, significa “um abrigo, uma rocha de refúgio”, enquanto essa mesma palavra, nos versos 7 e 11, quer dizer “um baluarte, uma torre alta, uma fortaleza”. É isso que Deus estava dizendo para o povo: “Quando o inimigo vier, Eu serei o vosso abrigo, serei uma rocha, é como se o povo, estivesse escondido dentro da rocha, num lugar inatingível!” Os dois termos declaram que Deus é um refúgio confiável para seu povo quando tudo ao seu redor parece estar desmoronado (Sl 61.3; 62.7,8; 142.5). Mas Ele não nos protege a fim de nos mimar.

Não. Antes, abriga-nos a fim de nos fortalecer para que voltemos à vida com suas responsabilidades e perigos.

A palavra “tribulações” refere-se a pessoas em lugares apertados, encurraladas num canto e incapazes de sair dessa situação. Veja que estratégia maligna dos exércitos assírios. Eles queriam encurralar o povo de Deus, deixarem sem recursos para uma saída. Talvez, você se encontre nessa mesma situação, em que o inimigo quer lhe encurralar, lhe deixar à mercê de seus ataques. Mas a Palavra de Deus para estas situações é: “Não temas!”. Quando os oficiais assírios ameaçaram Jerusalém, Isaías disse ao rei: “Não temas por causa das palavras que ouviste” (II Rs 19.6). Esta é a palavra de Deus para você. Talvez você não veja o livramento, tudo parece perdido, o inimigo se agiganta, mas ouça a Palavra de Deus – “não temas!” A terra pode mudar, as montanhas podem ser arremessadas violentamente no mar, podem vir terremotos e maremotos, mas todas as coisas estão sob o controle de nosso Deus. Ele é nossa fortaleza e nosso refúgio em meio às incertezas da vida.

2) Deus Está – (Sl 46.4-7) Sim! Deus está no meio dela. A cena seguinte mostra Jerusalém, onde o povo encontrava-se sitiado pelo exército assírio. A água era um bem precioso na Palestina, especialmente em Jerusalém, uma das poucas cidades da Antiguidade não construída à beira de um rio. Ezequias havia usado de sabedoria e construído um sistema subterrâneo de abastecimento que ligava os mananciais de Giom, no vale de Cedrom, ao tanque de Siloé, dentro da cidade, de modo que havia água disponível (II Rs 20.20; II Cr 32.30). Que fantástico! Ezequias estava querendo dizer: “Ainda que ele [o inimigo] corte nosso suprimento de água, e aí, poderia ser caracterizada a derrota do povo de Jerusalém, Ezequias diz:” Há um rio, cujas correntes alegram a cidade de Deus, o santuário das moradas do Altíssimo”. O poeta sabia que Deus era o seu rio, aquele que supre a água da vida (Sl 36.8; 65.9; 87.7 e Jo 7.37-39). No tempo do rei Acaz, Isaías comparou uma invasão dos assírios a um rio transbordante, mas lembrou o povo que seu Deus era como um rio tranqüilo (Siloé) que lhes traria a paz (Is 8.1-10). Sem dúvida, Jerusalém era uma cidade santa, separada por Deus, e que abrigava seu santuário, mas isso não era garantia alguma de vitória (Jr 7.1-8). A fim de que o Senhor os ouvisse e salvasse, o rei e o povo precisavam voltar-se para o Senhor com uma atitude de contrição e fé – foi o que fizeram. Deus socorreu Jerusalém quando o dia amanheceu (“desde antemanhã”; vs 5), pois o Anjo do Senhor matou 185 mil soldados assírios e mandou Senaqueribe de volta para casa (Isaías 37.36).

3) Deus faz (Sl 46.8-11) Sim! Deus faz cessar a guerra. A terceira cena mostra os campos ao redor de Jerusalém, em que os soldados assírios estão mortos, suas armas e equipamentos espalhados e quebrados. Não havia ocorrido batalha alguma, mas o Anjo do Senhor deixara esses vestígios, a fim de estimular a fé do povo de Deus.

“Vinde, contemplai as obras do Senhor, que assolações efetuou na terra” (vs 8). O Senhor derrotou e desarmou seus inimigos e destruiu suas armas, de modo que não podiam mais atacar.

Há um momento certo para obedecer a Deus e agir, mas até que chegue essa hora, devemos deixa-Lo trabalhar livremente, a seu tempo e a seu modo. Em outras palavras, deixe Deus ser Deus em sua vida.
Nele, que É , que Está, e que Faz tudo para a glória Dele.

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