“...Sim, sim; não, não; pois o que passa daí, vem do Maligno” (Mateus 5.37).Não sei não! Essa é uma frase muito comum e utilizada quase sempre por todos. Quantas vezes usamos o não sem pensar? Quantas vezes dizemos não, quando deveríamos dizer sim. Em se tratando de não, é bom pensar se o nosso não, não é sempre aquele não cheio de pessimismo para com o mundo e as pessoas ao nosso redor. Precisamos aprender a lutar contra o não, quando esse tratar de pessimismo ou mesmo de superação.
Certa vez eu decidi fazer uma viagem pela terra do não enquanto lia um livro sobre esse assunto[1]. A primeira pessoa que encontrei na terra do não foi um sujeito de nome bem diferente: Hen Tusiasmo. Ele era uma pessoa muito animada e sempre com boas idéias. Um dia, Hen Tusiasmo, passeando pela terra do não, decidiu abrir a primeira porta que encontrou pela frente. Ao entrar, ele encontrou por lá, escondido atrás de uma pilha de papéis o Sr Nem Morto. Hen Tusiasmo foi puxando uma conversa aqui, falando de sonhos ali, quando decidiu perguntar a seu novo amigo da terra do não, o que achava de seus sonhos, Nem Morto, sem fazer a menor cerimônia, assim respondeu: - nem morto posso fazer parte disso! Pobre do Hen Tusiasmo. Suas esperanças de se dar bem na “terra do não” foram frustradas ali mesmo.
Uma outra pessoa muito comum que anda pela terra do não é a Srª Temki Seragora (uma coreana). Ela é muito conhecida por sua pressa em ver as coisas acontecerem. Num de seus encontros, marcou uma reunião com o Sr. Tauvez Maistarde (um colombiano). A reunião era para falar de seus projetos e sonhos imediatistas. Após apresentar seu projeto, quando lançou a pergunta para saber o que o Sr Tauvez achava, ele subitamente disse: Agora NÃO! Talvez mais tarde. Quem sabe numa outra oportunidade teremos condição de apreciar suas idéias.
Por essas duas experiências na terra não, talvez achemos difícil que haja um sim perdido em algum lugar nessa terra.
Como em todo lugar a terra do não também recebe seus novatos. É o caso da Srª de nome Sou Novaqui (de origem russa). Ela começou a sua aventura na terra do não, procurando expor seu projetos e novos sonhos para aquele lugar. Quando tinha tudo pronto para apresentar e emplacar seu novo projeto para a terra do não, seus superiores imediatos, o tesoureiro de nome Acabou A. Grana (um português) e o gerente financeiro o Sr. Histátus Quo (um grego) , logo lhe interromperam na apresentação de seus sonhos, mostrando em números exatos e gráficos estatísticos a dura realidade da terra do não. Ao final ainda lhe recomendaram umas aulas com o professor do Campus Universitário o mestre Apren Diznão (um italiano). Disseram que com ele, ela estaria bem orientada, e que encontraria nele um ótimo discipulador para os novatos e inexperientes na terra.
Em outras andanças pela terra do não encontramos dois sujeitos interessantes, o jovem Polko Ynformado (um japonês) e o experiente Kerô Maisdados (chinês). O pobre Polko Ynformado também não teve sorte na terra do não. Ao falar de seus sonhos e de seus projetos, logo foi interrompido, ao ouvir um grande brado do experiente Kerô Maisdados. Disse ele: - muito resumido, tem pouca informação, isso não é suficiente, quero mais dados. Se você me entende, então me ouça, quero mais dados, isso só não é o suficiente.
Se nessa terra existisse um diploma de BACHAREL EM NÃOLOGIA, muitos seriam diplomados com certeza. Muitos alunos estariam formados na Universidade no vale do Naumvale Apena (você já deve ter ouvido falar desse lugar).
Uma boa pergunta agora seria: existe mesmo como encontrar um sim na terra do não? Deixe-me apresentar três amigos que muito podem ajudar: o Sr Es Forço, o jovem Dis Posição e a linda menina Flexi Bilidade. Eles podem ajudar e muito nessa jornada. Na terra do não é bom procurar essa turma, pois será difícil viver nessa terra sem buscar a ajuda dessa turma. Você vai precisar deles, quando pelo caminho encontrar com gente do tipo do seu Tô A. Tolado, um ocupadíssimo senhor e que nunca tem tempo pra nada, nem pra ninguém. Outro sujeito difícil também de lidar é o seu Ivo Cêtálouco. Ele é do tipo de pessoa que nunca vê com bons olhos o que você acha ou pensa.
Se você acha que já conhece todos na terra do não, então espere até conhecer dois chilenos exilados nessa terra. Eles não são fáceis. É muito provável que você já tenha encontrado com algum deles. São os irmãos gêmeos Jávi e Jáfiz, cuidado ao conversar com eles. Você vai descobrir que quando se trata de qualquer assunto eles dizem: - Isso eu já vi! Não funciona. Isso já fiz e também não dará certo.
Bem! No final de nossa jornada encontramos uns poucos que numa terra tão árida se deram bem, mesmo quando tudo lhes parecia contrário. O primeiro deles é o Sr. Perseu Verança (um italiano). Esse não é brincadeira não, nunca desiste fácil, vai lutando até conquistar um sim pela frente. O outro é o Sr. Dev Serpaciente. O Sr Dev também é muito paciente e sabe esperar a hora certa para agir. Eles conhecem bem os segredos dessa terra do não.
Encontrar o SIM na terra do não pode parecer simples, mas não é fácil. Se fosse fácil qualquer um conseguiria. Para encontrar um sim, às vezes será preciso buscar o que se quer. Será preciso coragem, muita coragem para enfrentar o desconhecido. Para se alcançar um sim, algumas vezes será preciso não se deixar abater por um não. Um não, não deve e não pode ser o fim do mundo. Quem sabe esse não é um bom começo, uma grande oportunidade pra tentar um outro caminho, uma nova oportunidade de recomeçar.
Não perca tempo, continue sua busca pelo SIM, ele está sempre por aí, perdido no meio da terra do Não.
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[1] GALLAGHER, BJ e VENTURA, Steve. Sim na Terra do Não. Uma Fábula sobre superação do pessimismo. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006.
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