O CAVALO DE ROMA E O SENADO DE DE TRÓIA


"Uns confiam em carros e outros em cavalos, mas nós faremos menção do nome do Senhor nosso Deus." (Salmos 20.7)
A maioria de nós ao ouvir a expressão “Cavalo de Roma” não deve se lembrar muito de algum fato histórico com esse título.

Provavelmente o fato mais comum com um tema semelhante a esse seria: “O Cavalo de Tróia”. De acordo com a lenda associada à conquista de Tróia pela Grécia, na chamada Guerra de Tróia, um grande cavalo de madeira foi deixado junto às muralhas de Tróia. Construído de madeira e oco no seu interior, o cavalo abrigava alguns soldados gregos dentro da sua barriga. Deixado à porta da cidade pelos gregos, os Troianos acreditaram que ele seria um presente como sinal de rendição do exército inimigo. Durante a noite, os guerreiros deixaram o artefato e abriram os portões da cidade. O exército grego pôde assim entrar sem esforço em Tróia, tomar a cidade, destruí-la e incendiá-la. Essa é uma tragédia bem conhecida pela maioria de nós.

E o Cavalo de Roma? Quem se lembra dele? A que tragédia está associado o Cavalo de Roma? Essa não é uma tragédia muito lembrada pelos historiadores, ou mesmo contada pelo povo. Trata-se da tragédia no Senado de Roma. A desmoralização por lá chegou a tal ponto que o imperador Calígula, neto de Tibério, resolveu escarnecer do Senado e nomear seu cavalo Incitatus como senador de Roma. Na época, o Senado demonstrava merecer tal fato, tal era o nível dos seus ocupantes e a devassidão em que viviam no Senatus Populus que Romanus.

O Cavalo de Roma de nome Incitatus, não era um cavalo comum, afinal, diz Suetônio, escritor daquele tempo. Tinha cerca de dezoito criados pessoais, era enfeitado com um colar de pedras preciosas e dormia no meio de mantas de cor púrpura, que era a cor destinada aos trajes imperiais, um monopólio real. Tanto assim, que lhe foi dedicada uma estátua em tamanho real de mármore com um pedestal em marfim.

O Cavalo de Roma nos faz pensar na seguinte questão: O que faria Incitatus no Senado? Parece que isso não importava muito. Para Calígula, ele tinha mais utilidade do que aquele grupo de homens enrolados em suas mantas, ditando regras, tomando sauna e envolvendo-se em fofocas da velha Roma. O Senador e Cavalo de Roma foi uma bela homenagem ao Senado romano. Ambos passaram para a História.

Quando penso em Senado, isso me lembra senil, sênior, senhor, idoso, velho e em alguns casos, infelizmente, raríssimos, quer dizer sábio. Em Roma, era do Senado que vinham as melhores idéias, as leis mais importantes e, como não poderia deixar de ser, as piores façanhas.

A façanha do Cavalo de Roma é para nossa sociedade atual uma tragediosa lembrança de que se descuidarmos da seriedade de nossas instituições políticas, se nossas instituições estiverem entregues nas mãos de homens descomprometidos com a moral e a ética, estaremos, cada vez mais perto da idéia de termos de volta um Cavalo no Senado da República.

Hoje ainda acho que a pior história do Cavalo é a de Roma, mas, já há por aí “Senados de Tróia”: Ocos! Absurdamente ocos no seu interior.

Do jeito que a coisa anda, é bom fazer menção do nome do Senhor nosso Deus.

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