Assim se explica, por exemplo, que alguém possa deixar sua pátria e sua gente para ser missionário do outro lado do mundo. O Brasil se beneficiou grandemente desse ímpeto evangelizador, no começo de sua história, marcada pela presença pioneira de abnegados missionários, que trouxeram a verdade de Cristo ao nosso país.
Como alguém decide tornar-se um pastor ou mesmo missionário? Gostaria de abordar alguns pontos referenciais a esse respeito.
Em primeiro lugar, ninguém escolhe tal caminho; é escolhido. Toda vocação é um chamado, ao qual se responde com convicção. Assim também aconteceu comigo. Evidentemente, Jesus, em pessoa, não veio me chamar, como o fez com os Apóstolos. A nós, Ele chama através de circunstâncias muito particulares conforme a experiência de cada um.
Para responder ao chamado, o “vocacionado” conta, sobretudo, com o auxílio da graça de Deus, que irá configurá-lo à Pessoa de Cristo, como continuador de sua missão. Entretanto, é preciso ter qualidades essenciais, que permitam o exercício do ministério. Essas qualidades abrangem: dotes naturais, como saúde física e mental, inteligência e qualidades morais, como integridade de caráter, coragem e perseverança. A conjugação de todos esses requisitos será necessária ao longo de todo o ministério. Isso não será possível se não houver uma íntima comunhão com Deus por parte do vocacionado. A comunhão com Deus leva também à comunhão com os irmãos. O vocacionado, enquanto seminarista, precisa ter espírito comunitário. Saber viver em grupo, em comunidade, não é fácil, mas é um valioso apoio, sobretudo neste mundo, marcado pelo individualismo e pela solidão. Hoje, de alguma forma, essa vida em comunidade já não tem sido muito requisitada, considerando-se de forma específica o período de preparação nos internatos dos seminários e os novos moldes apresentados pelas instituições teológicas. Nos demais âmbitos a vida em comunidade sempre deve ser considerada.
Há de considerar-se aqui também o preparo intelectual do vocacionado. Nenhum trabalho poderia ser bem fundamentado, sem a necessária formação intelectual. Para buscar iniciar seus estudos numa instituição teológica serão necessários os seguintes requisitos: o Ensino Médio e mais ou menos quatro anos de estudos acadêmicos (o bacharelado).
Essa foi, apenas, uma breve abordagem do que significa a preparação para o ministério. Ser pastor, ministro ou mesmo um missionário exige vocação, generosa resposta ao chamado divino, e muita capacidade para estudar e trabalhar. Antes de criticar ou apresentar pretensas soluções, baseadas no “achismo”, procuremos conhecer a fundo o processo para formação de um ministro, para podermos avaliar melhor o significado e o objetivo da experiência preparatória pela qual ele passou. Esse conhecimento suscitará, sem dúvida, o desejo de colaborar com ele, colocando-nos em sintonia com o seu trabalho na Igreja, que reverte sempre em nosso benefício e no de todas as pessoas ao redor.
Lembro-me do dia em que pela primeira vez cheguei em nossa igreja como “seminarista”. Fui parar direto nas “mãos” do Conselho Diaconal de nossa igreja. Graças a Deus caí em boas mãos. Fui bem acolhido, na verdade muito bem examinado nos princípios que acreditava e na fé que professava.
Compartilho essa experiência e essa palavra, pois no terceiro domingo de novembro celebraremos o dia da Educação Teológica.
Deus abençoe cada vocacionado de nossas Igrejas, assim bem como as instituições de Ensino Teológico de nossa denominação.
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