ENTRAR EM CAMPO COM CRISTO PELAS NAÇÕES: O QUANTO ISSO NOS CUSTARÁ?

ENTRAR EM CAMPO COM CRISTO PELAS NAÇÕES:
O QUANTO ISSO NOS CUSTARÁ?

Texto: “Todas as nações virão a tua presença e te adorarão” (Ap. 15.4)

ENTRAR EM CAMPO. Se pensarmos no Mundial da Copa de 2014 no Brasil já se sabe que ela será a mais cara da história.
O Governo admite que o Mundial de 2014 no Brasil pode custar no total de investimentos feitos, até R$ 33 bilhões. Em comparação com as duas últimas edições será a mais cara da história. Um levantamento do Tribunal de Contas da União (TCU) disse que os gastos devem chegar a R$ 23,5 bilhões em infraestrutura. E a conta será paga pelos bancos governamentais (BNDES e Caixa Econômica Federal) e a Infraero, responsáveis por boa parte da infraestrutura necessária para o evento. Gastos públicos com a reforma e construção dos 12 estádios da Copa já passam de R$ 8,5 bilhões.

Apesar dos altos custos, a Copa de 2014 gerará um lucro de R$ 6,3 bilhões para a Fifa. As despesas da Fifa na Copa não chegam a um terço do que a entidade vai lucrar. A constatação foi feita por Jerome Valcke, secretário-geral da entidade, em entrevista ao site da própria entidade máxima do futebol. "O que a Fifa injeta no país são US$ 800 milhões, e o custo da Copa do Mundo para a Fifa é de US$ 1,3 bilhão, porque no total é somada a premiação para os times e os custos adicionais", disse. O próprio Valcke, no entanto, afirmou que a organização vai faturar US$ 4 bilhões com o Mundial. Desta forma, as despesas da Fifa na Copa não chegam a um terço do que a entidade vai ganhar, já que vai usar apenas 32% de seu faturamento para bancar a organização e "premiações e custos adicionais". A sobra será de US$ 2,7 bilhões (R$ 6,3 bilhões).

Esse é o custo para se entrar em campo na copa do Mundo.

E para se entrar em Campo com Cristo pelas nações.

Você já se fez essa pergunta: O QUANTO ISSO NOS CUSTARÁ?

Quais são OS CUSTOS de se entrar em Campo Com Cristo?

Jesus procurou nos responder de forma desafiadora essa pergunta:

“E dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me”. (Lucas 9.23)

1) O CUSTO?

 I – UMA IMPORTANTE DECISÃO (v. 23 “Se alguém…”)

Entrar em campo com Cristo é abraçar um novo e radical estilo de vida que tem como primeiro passo ouvir o chamado extraordinário de Jesus e ter a coragem de, espontaneamente, responder-lhe afirmativamente, como fez Levi (Mc 2:13-17). É atender a Convocação de Jesus Cristo.

Lembram-se dos 12? Eles atenderam à convocação de Jesus.

Imagino que se fossem literalmente entrar em campo talvez fossem distribuídos assim:


Goleiro: João
Zagueiros: Tadeu e Tomé
Laterais: Mateus (Direita) e Simão (Esquerda)
Meia-armador, meia-de-ligação: Tiago (Irmão de João).
Alas (Laterais avançados): Tiago (Esquerda) e Filipe (Direita)
Atacantes: André e Simão Pedro
Centroavante: Bartolomeu
No Banco: Judas Iscariotes e Matias (Atos 1.26).

Na vida Cristã, tudo começa com uma convocação e uma resposta. A questão é inteiramente particular, intransferível, única e vital para a sua história: você já tomou uma decisão de ser um verdadeiro discípulo de Jesus? Talvez você possa dizer -  “tenho uma religião, sou simpático ao Evangelho, vou a igreja de vez em quando, contribuo sempre que posso” – mas este é o ponto central: você tomou ou não uma definitiva e séria decisão por Jesus?

II – UMA VIDA DE COMUNHÃO (v. 23 “.. quer vir após mim....”)

Depois de tomar a decisão de entrar em campo com Cristo, o discípulo é convocado a fazer um reordenamento de sua vida a partir de Jesus. Neste reordenamento o desafio imediato é desenvolver uma contínua relação de crescente amizade e intimidade com Jesus por meio de uma caminhada com Ele, por Ele e para a glória Dele.

Muito mais do que comprometer-se com uma religião, um rito ou um sistema doutrinário, tornar-se um discípulo de Cristo é a ousadia de construir uma relação de proximidade exclusiva, permanente qualificada com Jesus. A questão extrapola o que você faz no domingo, pois diz respeito ao lugar que Jesus ocupa no seu coração em cada dia da semana.

Para REFLETIR: “Todos os gigantes de Deus eram homens fracos que fizeram grandes coisas para Deus porque contavam com a companhia de Jesus” (Hudson Taylor)

III – UMA BATALHA PESSOAL (v. 23 “...negue-se a si mesmo...”)

Depois de priorizar a intimidade com Jesus, aquele que decidiu entrar em campo será convocado a entrar numa guerra permanente que só acabará quando partir desta vida. Nesta longa guerra, em cada batalha a ser travada, sempre se estará diante do mesmo inimigo: negar-se a SI MESMO. A pior batalha muitas vezes será travada consigo mesmo.

Não é figura de linguagem é a mais pura realidade: o discipulado é uma terrível batalha contra a nossa vontade pois ela, ao contrário da vontade de Deus (Rom 12:1-3) é má, imperfeita e desagradável.

Paulo diagnosticou com transparência sua fragilidade nesta estressante peleja: “não compreendo o meu modo de agir, miserável homem que sou: o bem que eu quero fazer eu não faço e o mal que eu não quero fazer, este eu faço” (Rom 7:14-19).

Para Ilustrar: Um menino acabou por vir com seus pais morar no subúrbio de uma de nossas cidades.

Em seu passeio pelo bairro, foi longe demais e não conseguiu descobrir o caminho para casa.

Não lembrava o nome do bairro e nem da rua em que morava.

Quem poderia ajudar o menino?

Fazia tempo que estava perambulando pelas ruas.

Até que, vindo uma senhora, o menino tomou ânimo para pedir-lhe ajuda.

"Preciso ir para casa mas não sei o caminho. A senhora pode me ajudar?"

"Escute aqui, menino", disse a senhora, "se você precisa de uma informação ou ajuda de minha parte, então limpe primeiro o seu nariz, lave o rosto, tire as mãos do bolso, fale direito, e, antes de tudo, peça licença para falar comigo, ouviu?"

"Isto é muito complicado", respondeu o menino.

"Neste caso prefiro andar perdido e achar o caminho sozinho".

Pode ser que essa senhora tenha desejado oferecer ao menino uma lição de boas maneiras com o melhor propósito. Entretanto, as exigências daquela senhora pareciam muito complicadas.

O problema da Senhora nesse caso era muito maior do que o do menino.

Na situação espiritual ocorrem episódios idênticos.

Quanta gente há que está perdida pelas estradas do mundo!

Desta forma o caminho para o céu, tão simples e claro em Jesus Cristo, é complicado pelos milhares de pessoas que não aceitam a idéia de que precisam negar a si mesmas.

O grande problema da sua vida não é sua sogra, seu sogro, seu marido, sua esposa, seu pai, sua mãe, seu filho, sua filha, seus parentes, seus amigos, seu patrão, sua doença, suas finanças, o grande problema é você mesmo! “Negar a você mesmo e tomar a sua cruz” são expressões sinônimas que significam que você, diariamente, lutará para renunciar aquilo que lhe traz maior prazer: a sua vontade.

Para REFLETIR: Nosso desafio é orar como Henry Martyn*: “Senhor, não permitas que eu tenha nenhuma vontade que seja propriamente minha, ou que considere a minha verdadeira felicidade como dependente, no mínimo grau, de qualquer coisa que me sobrevenha exteriormente, mas que sobrevenha inteiramente da conformação com a tua vontade”

(* Pastor Anglicano e missionário entre os povos da Índia e Pérsia).

IV – UMA VIDA DE SUBMISSÃO (v. 34 “...tome cada dia a sua cruz, e siga-me...”)

Depois de negar a si mesmo o discípulo ESTÁ CONVOCADO e pronto a “seguir Jesus”. Duas ideias básicas estão inseridas neste seguir:

Primeiro – o discipulado não é algo estático, frio, rotineiro, ocasional nem restrito às quatro paredes de um templo ou a um dia da semana, pelo contrário, é uma caminhada dinâmica, envolvente, estimulante, criativa, inspiradora e desafiadora;

Segundo – o discipulado é uma caminhada de submissão: seguir é sinônimo de se submeter, obedecer, cumprir... Discipulado é, assim, um processo contínuo em que somos capacitados, habilitados e treinados para dizer sim às ordens de Jesus, mesmo que elas venham a ferir nossos interesses mais profundos.

V – O CUMPRIMENTO DE UMA GRANDE COMISSÃO.

“Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações...” (Mateus 28.19).

A Bíblia nos diz que: “Todas as nações virão a tua presença e te adorarão” (Ap. 15.4)

Quem desafiou essas nações? Quem o Senhor usou para alcançar todas essas nações?

R: Os seus discípulos. Ou seja, aqueles que atenderam ao chamado de fazer missões.

Se você deseja mesmo Entrar em campo com Cristo, então você precisa cumprir a grande comissão. Você precisa fazer missões.

Não se esqueça da urgência missionária – O trabalho missionário não pode esperar. A seara é grande, os trabalhadores são poucos e o tempo urge. Não há esperança para os pecadores fora de Cristo. Não há salvação senão no evangelho da graça. Ninguém pode ser reconciliado com Deus por meio das obras, da religião ou dos sacrifícios. Somente Cristo é o caminho para Deus. Somente ele é a porta do céu. Só ele é o mediador entre Deus e os homens. Qualquer outra mensagem é inútil. Qualquer outro atalho somente conduzirá os homens à desilusão e à perdição eterna. A evangelização dos povos é uma tarefa impostergável. Deve ser a prioridade absoluta da nossa agenda.

Não se esqueça que o cumprimento da grande comissão exige envolvimento de todos - O privilégio de fazer missões não é apenas para aqueles que têm o chamado de sair de sua cultura e ir além das fronteiras.

Todos nós podemos orar por missões. Todos nós devemos contribuir com missões. Todos nós precisamos fazer missões. Toda a igreja deve estar engajada nesse projeto de consequências eternas. A obra missionária não deve ser apenas um apêndice na agenda da igreja, mas uma frente de ação em que todos os crentes estejam envolvidos. A evangelização não é um programa, mas um estilo de vida. Fazemos missões na dinâmica da vida, em nosso lar, em nossa escola, em nosso trabalho e até mesmo em nosso lazer. Fazemos missões quando oramos pelos missionários e quando contribuímos para a sua manutenção no campo. Tanto os que descem ao poço como os que seguram as cordas estão igualmente comprometidos com essa tarefa de consequências eternas.

Não se esqueça que missões é uma obra que exige os melhores investimentos - Não podemos cumprir a agenda estabelecida por Cristo de ir por todo o mundo e fazer discípulos de todas as nações sem fazer investimentos financeiros na obra. Somente uma igreja fiel na mordomia dos bens pode ser missionária.

Para Ilustrar: - Conta-se que certa vez um menino ouvira uma mensagem sobre a obra missionária. Procurou, então, a esposa do pastor e entregou-lhe uma moeda de pouco valor.

Aquela senhora estava fazendo um embrulho com roupas, remédios e alimentos para enviar ao campo missionário. Ela, então, pensou no que fazer com aquela moeda. Comprou um folheto com aquela pequena moeda e colocou-o dentro do pacote.

O folheto caiu nas mãos de um dos chefes de Estado da Birmânia, que por meio de sua leitura converteu-se ao evangelho. Mais tarde esse chefe, depois de haver experimentado as alegrias da salvação, falou da sua regeneração a seus amigos. Ao ouvirem seu testemunho, muitos deles também se converteram. Depois, foi organizada uma igreja que por sua vez, solicitou um missionário. Como fruto desse trabalho, quinze mil pessoas, direta ou indiretamente, foram atingidas pelo evangelho. E tudo isso devido a uma pequena moeda dada com o coração.

O melhor e mais duradouro investimento que fazemos é em salvação de vidas. A Bíblia diz que quem ganha almas é sábio.

O dinheiro que investimos em missões é uma semente que se multiplica e produz frutos para a vida eterna. Mas, não é suficiente apenas investimentos de recursos financeiros; precisamos também de investimento de vida.

Para ILUSTRAR: Um jovem norueguês chamado Peter Torjesen, na idade de 17 anos, se sentiu tocado em seu coração, por contribuir tanto para a obra missionária, que pôs na sua oferta tudo o que tinha em sua carteira, e depois de pensar rapidamente, escreveu também numa pequena nota as palavras: "E a minha vida."

Há registros de que o jovem Peter Torjesen (1892 -1939) foi um missionário norueguês enviado para a China exatamente oito anos depois de ter escrito que dedicaria naquele dia A SUA VIDA.

Em 17 de janeiro de 1923, ele se casou com Valborg em Lan Xian, na China. Durante a Segunda Guerra, Peter, e sua esposa Valborg abriram as instalações de sua casa e também da igreja em Hequ, Shanxi, para abrigar até 1.000 refugiados durante a II Guerra Mundial.

Torjesen morreu em 14 de dezembro de 1939, no resultado de um bombardeio japonês a Hequ, Shanxi enquanto servia China.

Em 1988, as autoridades locais da província de Shanxi informaram a família Torjesen que o nome de Peter Torjesen estava entre os principais mártires daquele país e do povo, e eles queriam erigir um monumento no 50 º aniversário de sua morte. Três gerações de Torjesens participaram da inauguração do monumento de mármore no ano de 1990, em que a história da vida de Peter e o seu trabalho ficaram gravados em caracteres de ouro.

Deus chama uns para ir; outros para ficar. Uns devem estar numa ponta da corda, descendo aos lugares sombrios para resgatar as ovelhas errantes; outros devem estar na outra extremidade da corda para sustentar aqueles que descem com a provisão necessária.

Missões é um trabalho planejado, onde a igreja toda se dispõe a fazer seus melhores investimentos para que mais pessoas sejam alcançadas e salvas pelo evangelho de Cristo. Esta igreja tem o privilégio de ser uma agência do Reino de Deus nesta cidade, neste Estado, neste País e, também, no mundo inteiro.

Para REFLETIR: Algumas igrejas me lembram o homem que bombeava continuamente seu poço de petróleo. Um dia, seu vizinho vendo jorrar tanto petróleo, perguntou-lhe: "Vejo seu poço jorrando óleo o dia inteiro, mas nunca vi você vender um barril sequer. O que está havendo aqui?" A resposta: "Muito simples. É que todo o óleo que produzimos se destina exclusivamente a manter a bomba em funcionamento".

Muitas igrejas são assim. Dissipam todo o seu potencial em seus trabalhos internos. Não tem, por isso, tempo e energia para sair ao campo e fazer a obra de evangelização ou de missões.

Por outro lado, missões poderá ser também o trabalho de um missionário visionário e aventureiro que deixa sua terra, sua cultura e embrenha-se no meio de tribos e povos ignotos para levar-lhes a luz do evangelho.

Eu creio que quando você chegar ao céu, certamente desejará conhecer cinco irmãos em Cristo:


- Jim Elliot,

- Nate Saint, Roger Youderian, Ed McCully e Pete Fleming.

- A história deles está no livro missionário: “Através dos Portões do Esplendor”, de Elizabeth Elliot.

É o relato de uma das maiores tragédias no campo missionário.

- Em janeiro de 2006 virou filme também (“O Fim da Lança”).

Aconteceu no Equador.   Em 1956, esses cinco jovens eram recém-casados, começando a vida, as famílias e seus respectivos ministérios. Eles se uniram num objetivo: ganhar os Aucas para Cristo.

 - Aucas? Quem eram eles? Os Aucas, no interior do Equador, eram os indígenas mais agressivos da região. Na verdade, eles se autodenominavam huaoranis (o povo), mas os outros índigenas os chamavam Aucas, que na língua quíchua quer dizer selvagem.

Se os próprios indígenas tinham medo deles, já dá uma idéia da ferocidade e da brutalidade do grupo. Tinham o mais alto índice de violência da face da terra: 60%. Matavam estrangeiros, patrícios e bebês. Por medo, o morto não era enterrado sozinho, mas um filho vivo era enterrado junto.

Depois de várias tentativas preliminares de contato, que pareciam promissoras e bem sucedidas, chegou o dia 8 de janeiro de 1956. Os cinco missionários marcaram um encontro com os indígenas, às margens do rio Curaray, próximo à aldeia.

- Mas o que era sorriso e cordialidade se revelou ser uma armadilha fatal: os índios não apareceram.

Ao invés disso, os cinco missionários foram literalmente atravessados pelas lanças afiadas pelo ódio que partia de dentro da floresta. Seus corpos tombaram no rio. A tragédia virou manchete internacional na época.

A pergunta: Será que vale à pena tentar salvar gente tão violenta?

Muitos cristãos se perguntavam. Passadas as primeiras emoções da crise, outros missionários voltaram.

- Algumas viúvas se mudaram para o interior da aldeia. E a luz do evangelho brilhou na floresta amazônica. O povo experimentou a graça de Deus. E o que aconteceu?

Os lobos huaoranis (os Aucas) se tornaram ovelhas mansas. O número de assassinatos diminuiu drasticamente, em até 90%. Vidas e hábitos foram transformados.

Um fato maravilhoso aconteceu: dois dos assassinos de 1956, Kimo e Dyuwi, se converteram, tornaram-se obreiros e eles

 - batizaram depois dois filhos do missionário morto, Nate Saint. Um deles de nome Stephen Farris.

Deus é Senhor da história.

- “Não é tolo aquele que dá o que não pode guardar para ganhar o que não pode perder”.  (Jim Elliot).

- “O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus. Ora, se somos filhos, somos também herdeiros, herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo; se com ele sofremos, também com ele seremos glorificados” (Rm 8.16-17).

Não sei se você achará alto o custo de se entrar em campo. Contudo louve a Deus pois o preço em Cristo já está pago.

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