ENCORAJADOS A VIVER EM SANTIDADE

ENCORAJADOS A VIVER EM SANTIDADE

O desenvolvimento da santidade é uma necessidade.

Thomas Watson chamou isso de “trabalho árduo”.

Felizmente, Deus nos providencia muitas motivações para a santidade em sua Palavra. Para encorajar-nos na busca pela santidade, precisamos focalizar as seguintes verdades bíblicas.

SANTIDADE PODEMOS ALCANÇAR.

DEUS NOS CHAMOU À SANTIDADE

“Porquanto Deus não nos chamou para a impureza, e sim para a santificação” (1 Ts 4.7).

Todas as coisas às quais o Senhor nos chama são necessárias. Sua própria chamada, assim como todos os benefícios de um viver santo que experimentamos, devem nos induzir a buscar e praticar a santidade. A santidade aumenta o nosso bem-estar espiritual. Deus nos assegura que “nenhum bem sonega aos que andam retamente” (Sl 84.11).

“O que a saúde é para o coração”, observou John Flavel, “a santidade é para a alma”.

Na obra escrita por Richard Baxter sobre a santidade, os próprios títulos dos capítulos são esclarecedores: “Santidade é o único caminho de segurança”; “Santidade é o caminho mais benéfico”; “Santidade é o único meio honroso”; “Santidade é o caminho mais agradável”. Contudo, ainda mais importante, a santidade glorifica ao Deus que você ama (Is 43.21).

“A esse povo que formei para mim; o meu louvor relatarão” (Isaías 43:21).

Como afirmou Thomas Brooks: “A santidade faz o máximo para honrar a Deus”.


A SANTIDADE INSPIRA A SEMELHANÇA A CRISTO

“Pois aqueles que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos”. (Romanos 8.29).

Thomas Watson escreveu: “Devemos nos empenhar em sermos semelhantes a Deus em santidade. Este empenho é um espelho nítido no qual podemos ver um rosto; é um coração santo no qual pode ser visto algo do caráter de Deus”.

Cristo é o padrão de santidade para nós —

Humildade santa (Fp 2.5-13). “E, sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até à morte, e morte de cruz!” (Filipenses 2:8).

Compaixão santa (Mc 1.41) “E Jesus, movido de grande compaixão, estendeu a mão, e tocou-o, e disse-lhe: Quero, sê limpo”.

Perdão santo (Cl 3.13) “Suportando-vos uns aos outros, e perdoando-vos uns aos outros, se alguém tiver queixa contra outro; assim como Cristo vos perdoou, assim fazei vós também”.

Altruísmo santo (Rm 15.3), “Porque também Cristo não agradou a si mesmo, mas, como está escrito: Sobre mim caíram as injúrias dos que te injuriavam”

Indignação santa contra o pecado (Mt 23). “Os mestres da lei e os fariseus se assentam na cadeira de Moisés. Obedeçam-lhes e façam tudo o que eles lhes dizem. Mas não façam o que eles fazem, pois não praticam o que pregam”. (Mateus 23.2-3).

Oração santa (Hb 5.7). “Durante os seus dias de vida na terra, Jesus ofereceu orações e súplicas, em alta voz e com lágrimas, àquele que o podia salvar da morte, sendo ouvido por causa da sua reverente submissão” (Hebreus 5:7).

Desenvolver a santidade que procura assemelhar-se a Deus e tem a Cristo como padrão nos salva de muita hipocrisia e de um cristianismo apenas domingueiro. Esta santidade nos dá vitalidade, propósito, significado e direcionamento no viver diário.


A SANTIDADE DÁ EVIDÊNCIA DA SUA JUSTIFICAÇÃO

“E é o que alguns têm sido; mas haveis sido lavados, mas haveis sido santificados, mas haveis sido justificados em nome do Senhor Jesus, e pelo Espírito do nosso Deus”. (1 Coríntios 6.11).

A santificação é um fruto inevitável da justificação (1 Co 6.11).

Estes dois elementos podem ser distinguidos, mas nunca separados; o próprio Deus os uniu. A justificação está organicamente ligada à santificação; o novo nascimento dá origem à uma nova vida. O justificado andará no “caminho de santidade do Rei”. Em Cristo e através dEle, a justificação dá ao filho de Deus o direito e a ousadia de entrar no céu; a santificação dá-lhe a aptidão para o céu e a preparação necessária para chegar lá. A santificação é a apropriação pessoal dos frutos da justificação.

B. B. Warfield observa: “A santificação é tão-somente a execução do decreto de justificação. Pois, se a santificação falhasse, a pessoa justificada não seria liberta de acordo com sua justificação”. Conseqüentemente, o decreto de justificação de Cristo, em João 8.11 (“Nem eu tampouco te condeno”), é imediatamente seguido pelo chamado à santidade: “Vai e não peques mais”.

Como afirma J. C. Ryle: “Não é permitido a nós, neste mundo, estudar as páginas do Livro da Vida, e ver se nossos nomes encontram-se ali. Mas, se há algo nítido e plenamente declarado a respeito da salvação, é isto — que os homens e mulheres salvos serão conhecidos e distinguidos por vidas santas”.

A santidade é o lado visível de sua salvação. “Pelos seus frutos os conhecereis” (Mt 7.16).

“Vocês os reconhecerão por seus frutos. Pode alguém colher uvas de um espinheiro ou figos de ervas daninhas?”. (Mateus 7.16).


A SANTIDADE PROMOVE A SEGURANÇA

“Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, QUE NÃO ANDAM SEGUNDO A CARNE, mas segundo o Espírito”. (Romanos 8.1).

“Todos podem estar seguros de sua fé por meio de seus frutos”

Teólogos concordam que muitas das formas e graus de segurança experimentados por crentes genuínos — especialmente segurança diária — são alcançados gradualmente no caminho da santificação , mediante o cuidadoso conhecimento da Palavra de Deus, dos meios da graça e da consequente obediência.

Uma aversão crescente pelo pecado, mediante a mortificação, e um amor crescente pela obediência a Deus, por meio da vivificação, acompanham o progresso da fé, enquanto ela cresce em segurança.

A santidade centralizada em Cristo e operada pelo Espírito é a maior e mais sã evidência da filiação divina (Rm 8.1-16).

O meio de perder um senso diário de segurança é deixar de buscar santidade diariamente. Muitos crentes vivem de modo relapso. Tratam o pecado despreocupadamente, ou negligenciam as devocionais diárias e o estudo da Palavra. Outros vivem de maneira muito inativa. Não desenvolvem a santidade, mas assumem a postura de que nada pode ser feito para nutrir a santificação, como se esta fosse algo externo a nós, exceto em raras ocasiões, quando algo muito especial “acontece” interiormente. Viver de maneira descuidada e inerte é pedir por escuridão espiritual, desalento e falta de frutos diariamente.


A SANTIDADE NOS PURIFICA

“Todas as coisas são puras para os puros; todavia, para os impuros e descrentes, nada é puro” (Tt 1.15).

A santidade não pode ser exercitada, quando o coração não foi fundamentalmente transformado por meio de regeneração divina. Por meio do novo nascimento, Satanás é destituído, a lei de Deus é escrita no coração do crente, Cristo é coroado Senhor e Rei e o crente é feito “disposto e pronto, consequentemente, para viver em Cristo”

A conversão tira o Cristão do Mundo. A Santificação tira o mundo do Cristão. John Wesley.

“Cristo em nós” (Christus in nobis) é um complemento essencial para “Cristo por nós” (Christus pro nobis).

O Espírito de Deus não apenas ensina ao crente o que Cristo fez, como efetiva a santidade e a obra de Cristo em sua vida pessoal. Por meio de Cristo, Deus santifica seu filho e faz suas orações e ações de graças aceitáveis.

Como disse Thomas Watson: “Um coração santo é o altar que santifica a oferta; se não é por satisfação, é por aceitação”.

A santidade é essencial para um serviço efetivo a Deus

Paulo une a santificação à utilidade:

“Assim, pois, se alguém a si mesmo se purificar destes erros, será utensílio para honra, santificado e útil ao seu possuidor, estando preparado para toda boa obra” (2 Tm 2.21).

Deus usa a santidade para assistir aos pregadores do evangelho, para aumentar a influência da fé cristã, a qual é desonrada pelo descuido dos crentes e hipócritas que frequentemente servem como os melhores aliados de Satanás.

Nossas vidas estão sempre fazendo o bem ou o mal; elas são uma carta aberta para que todos leiam (2 Co 3.2).

“Vocês mesmos são a nossa carta, escrita em nosso coração, conhecida e lida por todos”. (2 Coríntios 3.2).

Um viver santo influencia e impressiona mais do que qualquer outra coisa; nenhum argumento pode igualar- se a uma vida santa.

Ela mostra a beleza da religião; dá credibilidade ao testemunho e ao evangelismo (Fp 2.15).

“para que venham a tornar-se puros e irrepreensíveis, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração corrompida e depravada, na qual vocês brilham como estrelas no universo”. (Filipenses 2:15).

A “santidade”, escreve Hugh Morgan, “é o modo mais eficiente de influenciar pessoas não convertidas e de criar nelas uma disposição para ouvir a pregação do evangelho”

“Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens, para que vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que está nos céus". (Mateus 5:16).

“Do mesmo modo, mulheres, sujeitem-se a seus maridos, a fim de que, se alguns deles não obedecem à palavra, sejam ganhos sem palavras, pelo procedimento de sua mulher, observando a conduta honesta e respeitosa de vocês”. (1 Pedro 3.1-2).

A santidade manifesta-se em humildade e reverência a Deus. Deus procura e usa pessoas humildes e reverentes (Isaías 66.2).

"...A este eu estimo: ao humilde e contrito de espírito, que treme diante da minha palavra”. (Isaías 66:2).

Como observa Andrew Murray: “O maior teste para sabermos se a santidade que professamos buscar ou possuir é verdade e vida, será observar se ela se manifesta na crescente humildade que produz. Na criatura, a humildade é algo necessário para permitir que a santidade de Deus habite nela e brilhe por meio dela. Em Jesus, o Santo de Deus que nos faz santos, a humildade divina foi o segredo de sua vida, sua morte e sua exaltação. O teste infalível para nossa santidade será a humildade diante de Deus e dos homens, a qual nos marca. A humildade é o esplendor e a beleza da santidade”.


A SANTIDADE NOS PREPARA PARA O CÉU

Esforcem-se para viver em paz com todos e para serem santos; sem santidade ninguém verá o Senhor. (Hebreus 12:14)

Como escreveu John Owen:

“Não há imaginação que iluda tanto o homem, que seja mais tola e mais perniciosa do que esta: que pessoas não purificadas, não santificadas, que não buscam santidade em suas vidas possam depois ser levadas a um estado de bênção, que consiste no gozo de Deus. Nem podem tais pessoas ter gozo de Deus, nem tampouco Deus ser o galardão delas. De fato, a santidade é aperfeiçoada no céu; contudo, o começo dela está invariavelmente restringido a este mundo. Deus leva para o céu somente aquele que Ele santifica nesta terra. O DEUS VIVO NÃO ADMITIRÁ PESSOAS MORTAS NO CÉU”.

A santidade e o mundanismo, portanto, são opostos um ao outro.

Se estivermos apegados a este mundo, não estamos preparados para o porvir.

“Porque esta é a vontade de Deus, a vossa santificação...” (1 Tessalonicenses 4:3)


Autores citados:

*Andrew Murray nasceu na África do Sul, em 9 de maio de 1828, e morreu em 1917. Seu pai era pastor vinculado à Igreja Presbiteriana da Escócia, que, por sua vez, mantinha estreita relação com a Igreja Reformada da Holanda, o que foi importante para impressionar Murray com o fervoroso espírito cristão holandês.

* John Owen (Stadhampton, 1616 - Ealing, 24 de Agosto de 1683) é, por consenso, o mais bem conceituado teólogo puritano, e muitos o classificariam, ao lado de João Calvino e de Jonathan Edwards, como um dos três maiores teólogos reformados de todos os tempos. (BEEKE, Joel R. e PEDERSON, Randall J. Paixão Pela Pureza. São Paulo: PES. Pgs. 558-567).

*Thomas Watson (c 1620 -. 1686) foi um Inglês , não-conformista , puritano pregador e autor. Ele foi educado na Emmanuel College, Cambridge , onde ele foi notado por estudo extraordinariamente intenso. Em 1646 ele iniciou um pastorado de dezesseis anos em St. Estêvão, Walbrook. (BEEKE, Joel R. e PEDERSON, Randall J. Paixão Pela Pureza. São Paulo: PES. Pgs. 722-732).

*John Charles Ryle, comumente referido com J.C.Ryle foi clérigo inglês, e o primeiro bispo da diocese da Igreja da Inglaterra em Liverpool. Ryle era filho de John Ryle, um rico comerciante e banqueiro em Macclesfield; John Charles Ryle foi o primeiro filho homem depois de duas irmãs, por isso era considerado naturalmente sucessor de seu pai. Por conta disso, foi educado em Eton e em Christ Church, em Oxford.

* Benjamin Breckinridge Warfield (05 de novembro de 1851 - 16 de fevereiro de 1921) foi professor de teologia no Seminário Teológico de Princeton de 1887 a 1921. Seria o último expoente de Princeton, antes das divergências de 1929 onde foram criados o Seminário de Westminster e a Igreja Presbiteriana Ortodoxa.

* John Flavel (c.1627-1691) foi um Clérigo Inglês Presbiteriano, puritano, e autor de vários escritos. Flavel, o filho mais velho do Rev. Richard Flavel, descrito como "um ministro doloroso e eminente", que era titular, sucessivamente, de Bromsgrove , Worcestershire, Hasler e Willersey , Gloucestershire (de onde vivo passada ele foi expulso em 1662), nasceu ou cerca de 1.627 em Bromsgrove. (BEEKE, Joel R. e PEDERSON, Randall J. Paixão Pela Pureza. São Paulo: PES. Pgs. 329-340).

*Richard Baxter (Rowton - Chester, 12 de Novembro de 1615 — Shropshire, 8 de Dezembro de 1691) foi um líder puritano inglês, sacerdote, escritor, a quem Dean Stanley chamou "o chefe dos protestantes intelectuais da Inglaterra".

Thomas Brooks (1608-1680) foi um Inglês não-conformista puritano pregador e autor. Muito do que se sabe sobre Thomas Brooks foi apurado a partir de seus escritos. [ 1 ] Born, provavelmente bem-fazer os pais, em 1608, Brooks entrou Emmanuel College, em Cambridge , em 1625, [ 2 ] [ 3 ] , onde foi precedida por homens como Thomas Hooker , John Cotton , e Thomas Shepard . (BEEKE, Joel R. e PEDERSON, Randall J. Paixão Pela Pureza. São Paulo: PES. Pgs. 164-169).

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