DIVERSIDADE DE IDIOMAS, UNIDADE NA FÉ

Sobre a Aliança Batista Mundial.

"Grandes coisas fez o Senhor por nós e por isso estamos alegres" - Salmos 126.3.
A cada cinco anos os batistas têm encontro marcado com uma de suas mais representativas celebrações. Este ano a 20ª edição do Congresso Batista Mundial, promovido pela Aliança Batista Mundial (BWA, sigla em inglês), aconteceu no Havaíi Convention Center, na cidade de Honolulu, no Havaí, no período de 28 de julho a 1 de agosto. À guisa de informação, Honolulu, guarnecida regiamente pelo Oceano Pacífico, foi reconhecida como estado pelos Estados Unidos em 1959. Lá não existe horário de verão.

O 20° Congresso Batista Mundial reuniu mais de 4 mil delegados de 105 países. Durante cinco dias os batistas recebidos na hospitaleira Honolulu foram impactados a partir da adoração, da comunhão, da missão e do estudo a partir do tema “Hear the Spirit” (“Ouça o Espírito”, em tradução livre). Na abertura do evento aconteceu uma verdadeira apoteose de idiomas nas orações de George Bullard (representando a América do Norte), de Alberto Prokopchut (representando a América Latina), de Peter Pinder (representando o Caribe), de Bonny Resu (representando a Ásia) e de Tony Peck (representando a Europa). As orações foram plenamente entendidas em tempo real graças à utilização de recursos de multimídia e à eficácia da tradução simultânea para nove idiomas.

Posteriormente, o secretário geral da BWA, Neville Callam, leu a saudação do ex-presidente americano Jimmy Carter aos delegados, por meio da qual transmitiu o desejo de que todos fossem abençoados no congresso. O tema “Ouça o Espírito” objetivou a reflexão em torno de assuntos relevantes que tratam diretamente da importância da vida, do compartilhamento do Evangelho de Cristo para o resgate dos que vivem sem Cristo e sem salvação e de formas de levar os crentes a uma vida na unção do Espírito Santo de Deus.

Após a instalação do evento o governador de Honolulu, James Ayona, compareceu ao centro de convenções congratulando-se com os participantes e enfatizando que gentileza, unidade, concórdia, humildade e alegria, palavras que traduzem a expressão Aloha (um cumprimento local), representam as boas-vindas da ilha aos batistas de todos os continentes.

Na primeira sessão, no dia 30 de julho, Denton Lotz, que serviu à BWA por 27 anos, recebeu o prêmio da BWA de Direitos Humanos por sua postura contra preconceitos étnicos e em favor da promoção da justiça social, consubstanciado pela realização do trabalho em defesa dos direitos humanos desenvolvido com chefes de Estado de todo o mundo em prol dos pobres e oprimidos.

A ministração da Palavra de Deus foi realizada por representantes de vários países. O então presidente da BWA, David Coffey (Reino Unido), foi o primeiro mensageiro. Ele iniciou sua participação com uma pergunta: “Por favor, ouça o Espírito, qual é o Espírito que está nos guiando?”. A partir de então ele destacou o fato de que sem o Espírito Santo a vida se torna fútil e infrutífera. Segundo Coffey, é o Espírito Santo quem cria comunhão entre diversas pessoas. É ele que guia o ser humano e o ajuda a sobrepor barreiras. Coffey citou o exemplo dos primeiros batistas, o inglês John Smith, Thomas Helwys, a missionária Lottie Moon e o ativista dos direitos civis Martin Luther King Júnior. Ele continuou sua palavra enfatizando que a essência do ministério do Espírito Santo é trazer a presença de Cristo ao seu povo. Seu propósito é que Jesus seja conhecido, amado, respeitado e elogiado. Na opinião de Coffey, o Espírito Santo inspira o louvor e a adoração. O maior sinal do Espírito Santo em nós é que Deus nos fez parte de seu plano de ação para ganhar um mundo perdido, finalizou.

Pablo Deiros (Argentina) ministrou sobre a proclamação das Boas Novas, colocando em relevo a importância da pregação e o imperativo de sermos agentes da liberdade. Por outro lado, Janet Clark (Canadá) discorreu sobre a libertação. A ministrante disse que a missão de Jesus é fundamentada nas Escrituras Sagradas e que nós temos a responsabilidade de mudar nossas perspectivas, pois todos somos chamados para sermos agentes de libertação e precisamos fazer mudanças internas e ver as coisas com os olhos de Deus.

Outro pregador foi Karl Johnson (Jamaica), que tratou da proclamação. Segundo ele, é necessário usar a proclamação como principal meio de compartilhar o Evangelho com o mundo. Pregadores chamados por Deus devem estar empenhados a servir como porta-voz dEle. Pregação, então, é uma profissão perigosa. O Deus do universo nos escolheu como intermediários, para falar acerca da Palavra. O verdadeiro pregador chamado por Deus deve ter uma visão global, finalizou.

Sobre o assunto visão e poder falou Alan Demond (Áustria). Segundo este pregador, o ano do Senhor chegou! O Reino do Senhor chegou! Demond certificou que o dia do favor de Deus chegou. Ele exortou o povo separado a buscar o Reino de Deus, a continuar buscando o único nome, Jesus. Também disse com veemência que é necessário buscar o sangue do Cordeiro.

Paul Msiza (África do Sul) falou de proclamar o Ano do Senhor. Para isto tomou como base bíblica o texto de Lucas 4.18-19. Quem também teve a oportunidade de falar foi Lance Watson (Estados Unidos), que conclamou os ouvintes a se inclinarem para os vales, a se incomodarem com as profundas necessidades humanas, a arregaçarem as mangas e a se inscreverem para o serviço, deixando seus assentos e ficando de pé para o trabalho, concluiu.

Novo presidente da BWA

Durante este evento aconteceu um fato de grande importância, a posse do novo presidente da BWA, o americano John Upton , que assumiu o lugar de David Coffey.

Upton é diretor executivo da Baptist General Association of Virginia (Associação Batista Geral da Virgínia, em tradução livre) e da Virginia Baptist Mission Board (Junta Batista de Missões da Virgínia). Ele será o presidente da BWA entre 2010 e 2015.

Upton, em sua saudação aos batistas, pronunciou duas frases que por certo repercutirão como conselho sábio: “Nestes 5 anos vivamos no compasso do Espírito” e “estamos no topo da montanha”.

Em diferentes áreas do centro de convenções havia vários stands com farta literatura a preços acessíveis, em outras foram realizados concertos musicais oferecidos pelo International Music Fest Performers, além de apresentações artísticas, oficinas e o momento diário reservado ao estudo da Bíblia em nove línguas, oportunidade na qual foram realizadas reflexões e discussões sobre vários temas de importância teológica, social e ética para os batistas, incluindo liderança pastoral, culto cristão, relações entre cristãos e muçulmanos, tráfico de seres humanos e meio ambiente.

Uma nota negativa

O maior encontro internacional de cristãos batistas teria bem mais participantes se não fosse negado o visto norte-americano para alguns irmãos inscritos que viriam de localidades da África e da Ásia. Um exemplo desta situação ocorreu em Angola, onde 87 delegados tiveram vistos negados. No total, mais de 1 mil pessoas foram impossibilitadas de comparecer ao congresso.

A mensagem do congresso

A mensagem extraída destes cinco dias de congresso deverá ecoar no mundo cristão batista como uma carta expressa com postulados bíblicos atuais em todo o tempo. Ei-los resumidamente: Espalhar a verdade de Deus em Jesus Cristo como a esperança do mundo, desenvolver uma maior familiaridade com os ensinamentos de Cristo, cultivar uma vida de oração, proclamar o Evangelho da salvação através de Jesus Cristo e dar exemplos de vida piedosa que reflitam os valores ensinados pelo Senhor da Igreja. Os batistas reunidos em Congresso concordaram em apoiar os valores que refletem o milênio da ONU, inclusive ajudando a eliminar o “flagelo da pobreza”, apoiando “os esforços para proporcionar educação universal” e “trabalhando para a sustentabilidade ambiental”.

A 21ª edição do Congresso Batista Mundial acontecerá na cidade de Durban, África do Sul, no ano de 2015. O secretário geral da Convenção Batista da África do Sul, Paul Msiza, expressou grande alegria com a escolha do seu país para sediar a próxima edição do maior encontro internacional de cristãos batistas. Ele afirmou que é uma honra para os batistas da África do Sul sediar este congresso. Além disso, ele lembrou que recentemente o país hospedou a Copa do Mundo, o evento esportivo mais visto no planeta. Portanto, o país tem a experiência necessária para hospedar os batistas de todo o mundo. Sem dúvida alguma, viajar para a África do Sul será bem mais acessível e fácil, pois as companhias aéreas abriram mais rotas para o país, finalizou.

SANDRA NATIVIDADE
Colaboradora de OJB, membro da PIB de Aracaju (SE)

Fonte: Convenção Batista Brasileira www.batistas.com