Um dos mais antigos casais de missionários no Brasil, o pastor Guenther Carlos Krieger e a sua esposa, Wanda Krieger, vão completar no dia 1º de outubro de 2011, 52 anos como missionários entre os índios Xerentes. E para homenagear o casal que vem trabalhando incessantemente para a honra e glória de Cristo, a Primeira Igreja Batista de Campo Grande, na zona oeste do Rio de Janeiro decidiu homenageá-los nomeando uma de suas principais salas pelo nome de "Salão Krieger".
De acordo com o pastor titular da igreja, Carlos Elias de Souza Santos, a PIB de Campo Grande decidiu em assembleia nomear o salão social que fica no andar térreo da igreja, como Salão Krieger, em homenagem aos missionários que tanto se esforçaram para que o evangelho de Jesus Cristo fosse pregado à tribo Xerente. A nomeação de uma das principais sala da igreja, que também ganhou uma placa, aconteceu no domingo, dia 25/09, durante o culto da manhã, com a participação musical do coral feminino Faia Verde da PIBCG.
Pela manhã de domingo, durante o culto aconteceram várias participações especiais. Um domingo missionário com testemunhos e muito louvor. Promovendo a campanha missionária da JMN com o tema Minha Vida Impacto para a Nação tivemos a participação dos membros da Igreja que representaram suas regiões entre eles o testemunho do missionário Pr. Régis Machado e do irmão Josué Selayaran da cidade de Farroupilha/RS.
A Embaixada da igreja Batista de Santíssimo aproveitou a cerimônia para estarem presentes na PIBCG e assim também fazerem a sua homenagem ao missionário, apresentados pelo pastor Carlos Elias como “Embaixada Guenther Carlos Krieger”. Momento que emocionou a todos com uma oração especial feita pelo pastor Carlos Elias, pedindo as bênçãos de Deus aos garotos e seu conselheiro do grupo que leva não somente o nome do missionário, mas também seu exemplo de dedicação e fidelidade a Deus.
A mensagem da Palavra de Deus pregada pelo casal Guenther e Wanda Krieger chegou-nos repleta de testemunhos do que Deus tem feito e continua fazendo no campo missionário. O texto escolhido para meditação foi Isaías 60:1-3. Com o tema da mensagem, “Missões: uma chamada para ação” o pastor Guenther convocou a igreja para um despertamento missionário. “Se cada um se colocar a disposição de Deus para fazer aquilo que está em Seus propósitos, Ele mesmo fará maravilhas através da vida daquele que se dedica ao trabalho missionário. O nosso Deus que nos chama é quem nos capacita”, afirma. Terminando a mensagem o pastor Guenther declarando que a nossa suficiência vem de Deus.
Após o culto, o pastor Carlos Elias e o casal homenageado desceram juntos para o andar térreo a fim de inaugurar o Salão e para a apresentação da placa que, a partir desta data, ficará fixa na entrada do Salão que passa a se chamar Salão Krieger. A homenagem foi transmitida ao vivo pela internet no site da igreja e também nos telões no Salão do Culto para os membros e visitantes da Igreja. No andar térreo, aguardando o casal, já estavam alguns membros da PIBCG que entoaram o hino 422 do HCC. Emocionados, o casal declarou que era muita emoção para dois corações já idosos. Afirmaram também que jamais poderiam pensar, que ainda tivessem no coração dos membros da igreja prestar uma homenagem tão grande.
Lembrando as palavras do apóstolos Paulo, o pastor Guenther disse que “nós mesmos nada somos”, procuramos apenas fazer sempre o melhor que está ao nosso alcance. Procuraremos honrar essa homenagem prestada e que Deus abençoe a todos.” Finaliza emocionado. A irmã Wanda, com lágrimas nos olhos, afirma: “fomos honrados pelo Pai através dos irmãos da PIBCG. Espero que a Juventude que vier fazer suas atividades aqui neste Salão, ao olhar para esta placa, possa reconhecer aquele que há anos atrás, fizeram alguma coisa pelo Reino e possa glorificar o nome de Deus e fazerem mais e melhor do que nós, pioneiros. “Cremos que os jovens de hoje têm mais recursos e onde aprender e fazer melhor do que nós.”
Para os membros da igreja, a placa colocada na entrada e no interior do Salão também servirá como lembrança de que sempre devemos orar pelos missionários, pois Deus tem feito maravilhas por meio de suas vidas, mas continuam necessitando de nossas constantes orações. Com uma oração final o pastor Carlos Elias dedicou o Salão ao Senhor como um lugar para contar histórias e relembrar as bênção de Deus e as experiências vitoriosas.
História de vida
Guenther Carlos Krieger nasceu no dia 25 de janeiro de 1938, em Blumenau, Santa Catarina, sendo o primogênito dentre cinco irmãos de uma família luterana alemã. Como a maioria dos meninos luteranos, começou a freqüentar o Culto Infantil, uma espécie de Escola Dominical. Aos 14 anos não era convertido de fato.
Mudou-se para São Paulo, sozinho, em 1955. Ali, trabalhando em uma joalheria, recebia um salário que era suficiente para as suas necessidades e ainda lhe permitia depositar mensalmente uma pequena quantia na Caderneta de Poupança. Certo dia sentiu-se em falta com Deus, pois, enquanto em Santa Catarina, esforçava-se por assistir, pelo menos uma vez por mês, a um culto na igreja luterana. Diante disso, procurou uma igreja luterana e em seguida comprou uma bíblia, que passou a ler.
Passou a frequentar a igreja regularmente e num culto ouviu a leitura de um versículo da Bíblia que ficou martelando em sua mente: "Que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?". E o jovem Guenther narra: "Continuei, nos domingos seguintes, a freqüentar a igreja. Passaram-se alguns dias, umas três semanas, creio. Por esse tempo chegou às minhas mãos um tratado sobre a salvação. Enfim, num domingo, em fins de outubro, tornou-se claro que para não perder a minha alma eu deveria aceitar a Jesus como meu Salvador pessoal. Aceitei-o ali mesmo num quarto de pensão da Rua Santa Efigênia".
Chamado missionário
Não muito tempo depois, começou a sentir o desejo de investir a sua vida em algo que tivesse sentido para o Reino de Deus. Seu pastor se dispôs conseguir-lhe uma bolsa para o Seminário Luterano para o ano seguinte. Enquanto isso, aconselhou-o a freqüentar as reuniões semanais da Mocidade Para Cristo. Ali um missionário o encaminhou ao curso noturno do Instituto Bíblico do Brasil. Enquanto no Instituto, a chama missionária começou a arder em seu coração. Certo domingo, ouvindo uma mensagem sobre o chamado dos apóstolos, entendeu que Deus o queria como missionário e decidiu largar tudo para pescar almas em algum lugar pioneiro onde Deus quisesse usá-lo. O missionário da MPC o encaminhou ao Instituto Evangélico Missionário (atual Instituto Peniel) em Jacutinga, MG. Ali passou a preparar-se em tempo integral para o trabalho missionário. Procurando aceitar e cumprir a ordenança bíblica do Batismo, em agosto de 1957 foi batizado na Igreja Batista de Casa Verde, São Paulo.
Completando seus estudos em Jacutinga em 1958, foi para o campo missionário para um período de estágio, como complementação do curso. No trabalho com indígenas, pôde ver quão espinhosa era a tarefa de evangelização dos índios, mas sentiu seu chamado sendo confirmado.
Início do trabalho Xerente
Apresentou-se à Junta de Missões Nacionais e a partir de 1º de outubro de 1959 passou a atuar entre os xerentes como seu missionário. Seu primeiro campo foi a aldeia da Baixa-Funda.
Em 23 de novembro de 1960 casou-se com Wanda Braidotti, que conhecera ainda no Instituto em Jacutinga. Deus agraciou o casal com três filhos: Orlando Luiz Krieger (19/09/61), Guenther Carlos Krieger Filho (13/06/64) e Marcos Fernando Krieger (05/04/67). Todos nasceram no sul de Minas, onde moravam os pais de Wanda, e sendo levados depois para a aldeia como recém-nascidos.
Tradução do Novo Testamento
Era 1958, ainda norte de Goiás, quando um jovem de apenas 20 anos de idade e recém-formado em teologia - Guenther Carlos Krieger - chegava à cidade de Tocantínia. Ele desembarcava com pouca experiência na “bagagem” e muitos desafios o esperavam pela frente, sobretudo por tratar-se da evangelização de índios. Anos se passaram. Lutas foram vencidas e um marco histórico foi definido décadas depois, com a comunidade indígena Xerente recebendo a tradução completa, em sua própria língua, do Novo Testamento Bíblico.
Com isso, parte da missão se cumpre. As datas históricas desta conquista são os dias 20 e 21 de outubro de 2007, quando os Xerentes das aldeias Porteira (Nrõzawi), vinte quilômetros ao norte de Tocantínia, e Brejo Comprido (Kâ wra Kurerê), quarenta e cinco quilômetros a leste, receberam as Bíblias.
A Aldeia Porteira foi a primeira a receber o Novo Testamento, dia 20, pela manhã. Cerca de 400 convidados prestigiaram a cerimônia, organizada por Wanda Braidotti Krieger, esposa do pastor Guenther, responsável direto por todo o trabalho. A cerimônia era composta também pelo pastor Rinaldo Matos, missionário da Aldeia Salto, parceiro do casal Krieger nas pesquisas lingüísticas - e que chegou praticamente no mesmo tempo na região - e pelos índios Pedro Wãikaine e Silvino, ambos convertidos.
A PIB de Campo Grande, no Rio de Janeiro, tem um histórico de anos investindo em missões e, segundo o diácono Ezequiel Mangueira, percebe-se que vale muito a pena. “Ver um trabalho desse coroando de êxito toda uma vida, quando da tradução do Novo Testamento para o Xerente, é gratificante e louvamos a Deus pela oportunidade de podermos participar dessa obra”, comenta. “Um novo desafio começa agora. Vale a pena investir em missões e, onde houver um brasileiro, índio ou não, que não conhece a Jesus Cristo, o evangelho precisa ser apresentado”, completa.
O diretor-executivo da Junta de Missões Nacionais da CBB, com sede no Rio de Janeiro, pastor Fernando Brandão, informa que os batistas brasileiros fazem história, também, por serem osprimeiros a traduzir sozinhos o Novo Testamento para outra língua. “É algo extraordinário que marca a história da Junta e traz todo um significado para esse novo século que estamos começandocomo missões nacionais. É o significado de que estamos no caminho certo, de avanço”, diz.
Tradução do Antigo Testamento
Após o término da tradução do Novo Testamento para língua Xerente, o pastor Guenther Carlos Krieger, começou a trabalhar na tradução do Antigo Testamento. O trabalho está bem adiantado: “demos um bom avanço na tradução das porções bíblicas de Gênesis” comenta o pastor. No primeiro semestre de deste ano foi preparado um folheto com os dez mandamentos na língua Xerente. Além disso, oito novos crentes foram batizados na aldeia conhecida como Bom Jardim.
Índios Xerentes gravam hinos de louvor e adoração
Tudo começou entre “uma conversa do instrumentista da Igreja Batista da aldeia Nrõzawi com o missionário que lá trabalha”, explica Wanda Krieger.
É admirável o empenho dos nossos irmãos Xerentes na produção deste CD com hinos de adoração e louvor ao Senhor. No CD temos 15 corinhos de autoria dos próprios índios mais dois, “Dawapru nã dat wapkëhrize” (Bendito Cordeiro) e “Nõkwa tê dahõs kõdi” (Vencendo vem Jesus), hinos 123 e 112 do Cantor Cristão respectivamente.
Fonte: www.jmn.org.br
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