A SAGA DE UM CRUCIFICADO

“Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a pela fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim”. (Gálatas 2.20)

O caminho da cruz é de sacrifício. Quantas vezes temos que chegar até a cruz para crucificarmos o nosso EU.

Quantos de nós sabemos de fato o que significa ENCARNAÇÃO? A encarnação, ou seja, o verbo encarnado foi o prenúncio, a preparação da crucificação.

“Mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz”. (Filipenses 2.7-8).

Esvaziou-se a si mesmo, Humilhou-se a si mesmo!

Não pense você que algum homem sairia do seu estado de miséria, se não fosse Cristo se despir de sua glória e concretizar o princípio da encarnação. Ele se identificou conosco.

Este é o caminho para se chegar até a Cruz.

Poucos sabem o que significa viver a vida de um crucificado.

Imagine procurar salvar alguém, sem nem mesmo se identificar com ele. Não seria possível.

Salvar alguém. Sabe o que isso significa?

“Tirou-me dum lago horrível, dum charco de lodo, pôs os meus pés sobre uma rocha, firmou os meus passos”.  (Salmos 40. 2).

Sabe como se tira alguém da lama? Alguém terá que descer até lá. Vai se sujar na lama deles, mas é o único jeito de tirá-los de lá.

Considere: “Mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens”.  (Filipenses 2:7)

Já se perguntou por que Jesus se rebaixou e desceu a tanto? Por amor.

Ele abandonou sua glória. Para ser semelhante tem que se fazer igual.

O que estou dizendo é que o verdadeiro evangelho que pregamos, é e também pode ser comparado ao lançar de pérolas aos porcos. Afinal de contas por onde estarão e andarão os nossos filhos pródigos? Para alcançá-los será preciso pisar a lama.

Pouca gente entende a expressão: ELE FOI CRUCIFICADO.

A crucificação é o único caminho para a Salvação. Salvação plena, completa e em todos os sentidos. É AMOR SACRIFICIAL. Por isso é tão discrepante, tão gritante. Saiu do plano comum dos medíocres que não sabem o que é o amor. Quem poderia amar tanto assim? Jesus Cristo o Senhor a quem servimos.

É mais confortável ficar nas ALTURAS, protegido onde ninguém nos toca. Seria o mesmo que permitir que a hipocrisia se perpetuasse dentro da igreja, com a aceitação das práticas de Ananias e Safira. “Por que formaste este desígnio em teu coração? Não mentiste aos homens, mas a Deus”. (Atos 5.4 ).  Pagaram com suas vidas tão grave infração.

Por que tem que ser assim? Leia o evangelho, viva o evangelho e você saberá: “E quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e sem derramamento de sangue não há remissão”. (Hebreus 9.22).

O pecado cobrará seu preço, virá sempre buscar sua taxa. “Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor”. (Romanos 6.23). Ou você ainda acha que Cristo morreu em vão?

Para mim não! A morte do Cristo se JUSTIFICA e me justifica. Ele pagou um ALTO PREÇO.

Não falo de corinho ou cântico, falo da Teologia que nos pode abrir os olhos: “Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus”. (1 Coríntios 6.20).

No resgaste do pecador, na difícil tarefa de pagar o preço, está a parte mais difícil de nossa missão. O difícil é descer ao nível da lama, “do lago horrível, dum charco de lodo” (Salmos 40.1-2) para tirar as pessoas de lá.

Sinceramente eu até que esperei que alguém o fizesse em meu lugar. Tantos tiveram a oportunidade, mas ninguém o fez. Quase sempre os envolvidos no processo são todos “crentes” antigos e experientes, mas abraçaram o caminho mais fácil: “afasta de mim” tal possibilidade. Eles durante sua caminhada, ou mesmo durante sua “navegada” viram o erro. E assumiram a confortável posição de seguir no fluxo ou de não confrontar. Conhecem as Escrituras e eu sei disso. Durante o processo deram provas disso. Só não a aplicaram e não a praticaram no seu devido lugar.

Ao pastor que em silêncio aguardou como na exata orientação do salmista: “Esperei com paciência no SENHOR”. (Salmos 40:1). Após sua espera, não vislumbrou outra saída que não descer das alturas até o plano real, onde a vida segue solta sem rédeas e precisa de confrontação. O lugar onde “cada um se desviava pelo seu caminho”.

Orei muito para chegar até aqui. E não se pode voltar atrás agora. Eu disse a Jesus: Quero ser um crucificado.

Afinal de contas: Foi na cruz, Foi na Cruz onde um dia eu vi meus pecados castigados. Que eu veja meus pecados Senhor, e que cada um veja os seus.

Tudo para identificar-me com MEU Cristo, rasgar meu discurso vazio, e trocá-lo por uma vida de verdade.

Quando Jesus aqui também desceu, ao mesmo nível do meu, ele “Tirou-me dum lago horrível”. Foi para mim a minha vitória.

Esta é a saga de um crucificado!

Batem em você com suas “canas” covardes e a multidão assiste indiferente a tudo.

Você chega a sentir o gosto do vinagre em sua boca.

Colocam em sua cabeça uma coroa de espinhos, e ridicularizam o “seu reinado”.

É apenas o início do calvário. O Pior está por vir.

Não tenho medo de seguir firme e de seguir em frente. É mesmo a vontade de Deus. Ser um crucificado.

É o mesmo que orar e dizer: “Pai, se queres, passa de mim este cálice; todavia não se faça a minha vontade, mas a tua”. Lucas 22.42

Beberei meu cálice até o final. Acatarei o ensino do meu Cristo. “Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-me”. (Mateus 16.24)

A cruz eu a tenho em meus ombros, já a tomei. Hoje também me sinto em paz, pois já me sinto crucificado. Essa paz que sinto, não é como a paz que o mundo oferece.

“Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a pela fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim”. (Gálatas 2.20)

A cena é trágica mesmo. Alguns chegam a derramar suas lágrimas.

Alguns, e são muitos, acharam IMPRÓPRIA A HORA DE FALAR, A HORA E O LUGAR DE CONFRONTAR.

A pergunta que se propuseram a fazer é esta: Por que confrontar pecados tão graves neste momento e neste lugar? Não poderia ser em outro lugar ou em outro momento?

Para descaracterizar a confrontação dirão: Ele tem demônio. “Jesus respondeu: Eu não tenho demônio, antes honro a meu Pai, e vós me desonrais”. (João 8.49).

Creia-me, é chegada a plenitude dos tempos. Deus já nos enviou seu filho, já derramou seu sangue. Há poder nele hoje para nos purificar.

Alguns, e serão em número ainda maior, questionarão a hora de CALAR. Por que calar agora é não antes?

O profeta de Deus nos ilustrará: “Quem deu crédito à nossa pregação? E a quem se manifestou o braço do SENHOR? (Isaías 53:1). Era desprezado, e o mais rejeitado entre os homens, homem de dores, e experimentado nos trabalhos; e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum. (Isaías 53:3). Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniquidades. (Isaías 53:5) Ele foi oprimido e afligido, mas não abriu a sua boca; como um cordeiro foi levado ao matadouro, e como a ovelha muda perante os seus tosquiadores, assim ele não abriu a sua boca. (Isaías 53:7).

O segredo da crucificação é saber a exata hora de se entregar a Judas ou mesmo ao traidor.

Antes: “Ainda não é chegada a minha hora”. João 2.4

Durante: “E Jesus lhes respondeu, dizendo: É chegada a hora em que o Filho do homem há de ser glorificado”. João 12.23

Que agonia para acertar e reconhecer este exato momento. Só sabe quem passa por ele.

Os discípulos são em número de doze. A traição está na pedagogia do mestre. É a soberania de Deus falando aqui. A negativa da pessoa de Cristo também tem sua aplicação aqui.

“Eis que chega a hora, e já se aproxima, em que vós sereis dispersos cada um para sua parte, e me deixareis só; mas não estou só, porque o Pai está comigo”. (João 16.32).

Foi nesta HORA que o pastor passou a ser ovelha. Tem que se misturar com as ovelhas. O pastor agora se tornou em “Ovelha muda perante os seus tosquiadores”.

Você que é um cristão autêntico já conhece o final desta saga.

Que a saga de um crucificado, produza o arrependimento necessário: “Então Judas, o que o traíra, vendo que fora condenado, trouxe, arrependido... Dizendo: Pequei, traindo o sangue inocente”. (Mateus 27. 3-4).

Que sua oração nos abençoe com verdade: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem.”. (Lucas 23.34).

Que ao recordar este momento, você se lembre do VALOR HISTÓRICO que nele há: “...vendo o terremoto, e as coisas que haviam sucedido, tiveram grande temor, e disseram: Verdadeiramente este era o Filho de Deus”. (Mateus 27.54).

Foi um terremoto! Eu sei bem do que estamos falando hoje aqui.

Que eu me identifique com a vida deste crucificado também no mundo presente.

Que você consiga compreender o impacto disso para o futuro: verdadeiramente ELE era também um homem de Deus.

Isso só acontece e acontecerá quando nossa memória se lembrar do que aconteceu. É um memorial: “Porque a minha carne verdadeiramente é comida, e o meu sangue verdadeiramente é bebida”. (João 6.55)

Não há caminho mais curto, neste EVANGELHO que apresento não há atalhos.

É assim que se pode compreender o que sobre Jesus foi dito: “Por isso, também Deus o exaltou soberanamente...” Filipenses 2.9.

IDENTIFIQUE-SE com o evangelho e você entenderá o tamanho do amor de Deus. Não poupa sacrifícios, nem mesmo o de ENTREGAR SEU PRÓPRIO FILHO.

Nossa jornada após esta CRUCIFICAÇÃO seguirá: “Até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo.” (Efésios 4.13).

Foi para esta identificação que o Senhor Jesus nos convocou: “Porque os que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos”. (Romanos 8.29). Para viver uma vida conforme a imagem de seu filho.

A saga de um crucificado termina no calvário?

Não! Ela só será confirmada no poder de sua ressurreição.

Quando chegar o domingo, e todo mundo se perguntar: Será que ele ainda está lá, no seu Túmulo?

A resposta já veio e sempre virá.

Sei que muitos se escandalizarão: “E disse-lhes Jesus: Todos vós esta noite vos escandalizareis em mim; porque está escrito: Ferirei o pastor, e as ovelhas se dispersarão”. (Marcos 14.27).

Está é uma verdade que muitos não entendem: “Então disse ele: Vai, e dize a este povo: Ouvis, de fato, e não entendeis, e vedes, em verdade, mas não percebeis”. (Isaías 6.9).

Como entender tudo isso?

Clamemos juntos pela presença e pela atuação do Espírito Santo:

Ele vos guiará em toda a verdade.

“Mas, quando vier aquele Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há de vir”. (João 16.13)

Não receba as orientações que lhe foram transmitidas como uma guerra pessoal contra você.

“Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais”. (Efésios 6.12)

Nessa luta nós só podemos escolher um lado: A reconciliação.

“Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação”. (2 Coríntios 5.19).

Você poderá insistir pelo caminho errado:

“Porque, se a sua rejeição é a reconciliação do mundo, qual será a sua admissão, senão a vida dentre os mortos?”.  (Romanos 11.15)

A escolha será sua.

A ordem de Deus será sempre a Reconciliação. Reconciliação com Deus.

Este deve ser o Papel a ser exercido por este ministro de Deus neste culto.

“E tudo isto provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo, e nos deu o ministério da reconciliação;” (2 Coríntios 5.18)

Se vamos alcançá-la hoje, agradeçamos a Cristo:

“E não somente isto, mas também nos gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, pelo qual agora alcançamos a reconciliação”. (Romanos 5.11)

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