SERÁ QUE ELE NÃO ME OUVIU?

SERÁ QUE ELE NÃO ME OUVIU?

Se você ora; e você ora. Se você espera uma resposta; e você espera. Como fica a questão da oração que fazemos a Deus e não percebemos ou compreendemos a sua resposta.

Duas possíveis interpretações:

- Oração não respondida: Por que Ele não me respondeu?

- Oração respondida: Por que Ele disse não?

Confrontada a realidade de nosso cotidiano com os textos espirituais e bíblicos, como fica então essa questão?

TEXTO: João 14.13-14
“E tudo quanto pedirdes em meu nome eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho.
 Se pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei”. (João 14.13-14).

TEXTO: João 16. 23-24.

E naquele dia nada me perguntareis. Na verdade, na verdade vos digo que tudo quanto pedirdes a meu Pai, em meu nome, ele vo-lo há de dar.

Até agora nada pedistes em meu nome; pedi, e recebereis, para que o vosso gozo se cumpra.   (João 16.23-24).

É evidente que Jesus está falando sério. Tal afirmação é maravilhosa.

No entanto, a dificuldade é que essa promessa “não perece” ser verdadeira, quando interpretada de forma inadequada.

É gostoso e até mais fácil pregar e dizer: TOME POSSE DESSA PROMESSA.

Por outro lado, é perigoso crer nessa promessa, se a sua forma de “interpretação” estiver equivocada.
Precisamos ser IMPLACALVELMENTE honestos aqui, cada um de nós sabe que, algumas vezes Deus não atende as nossas orações.

Algumas vezes, sabemos que Ele não atende, porque estamos orando e pedindo por COISAS CONTRADITÓRIAS.

- Orar pedindo para que o ônibus saia, enquanto alguém precisa que o mesmo ônibus atrase para não ficar a pé.

- Dois jovens orando para namorarem e se casarem, só que pedem a Deus pela mesma garota.

  Eles pedem para que Deus mude os sentimentos Dela.

- Dois Atletas Cristãos Jogando em times opostos no futebol.

Um Goleiro e um Atacante cristão na hora do pênalti.

Cada um de nós já vivenciou uma experiência assim no dia a dia.

Pedimos algo para glorificar a Deus, oramos com fé, mas Deus não realizou exatamente aquilo que pedimos.

Na escritura temos o exemplo de uma Oração assim:

“E, para que não me exaltasse pela excelência das revelações, foi-me dado um espinho na carne, a saber, um mensageiro de Satanás para me esbofetear, a fim de não me exaltar.

Acerca do qual três vezes orei ao Senhor para que se desviasse de mim.

E disse-me: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo”
(2 Coríntios 12. 7-9)

Quando nos deparamos com questões como essa, quase sempre para não ficarmos tão embaraçados com a difícil questão; damos sempre um jeito de respondermos com o nosso típico jeitinho “evangélico” de ser.

Chamamos esse processo de RACIONALIZAÇÃO:

- Um grupo ora numa vigília durante toda a noite, para que um membro da Igreja pudesse sair do leito do hospital.

- No dia seguinte o membro sai do hospital, direto para o local do seu sepultamento.

Conclusão: Graças a Deus, oramos, Deus nos respondeu, e nosso irmão hoje saiu do hospital.

Não seria melhor ser realmente honesto e a luz das palavras de Jesus reconhecer que nestes casos Deus não “Atendeu” as nossas orações.

Sabe irmãos, não creio que as promessas de Jesus sejam vazias, contudo creio que elas precisam ser qualificadas e interpretadas de acordo com o Ensino das Sagradas Escrituras.

Existem obstáculos que se colocam no caminho de nossa relação com Deus. Eles acabam por constituir OBSTÁCULOS À ORAÇÃO RESPONDIDA.

1)    PECADO EM NOSSA VIDA.

Acredito que o obstáculo mais básico que impede a resposta à nossa oração é o pecado não confessado.

Para atender uma oração, Jesus espera que quem esteja orando seja um cristão vivendo na plenitude e no poder do Espírito.

Disso já sabia o Salmista:

“Se eu tivesse guardado iniquidade no meu coração, o Senhor não me teria ouvido”.   (Salmos 66.18)

2)    MOTIVOS ERRADOS.

Muitas vezes, as nossas orações ficam sem resposta, porque os nossos motivos estão errados. São orações motivadas pelo egocentrismo. Centradas as vezes em nossos desejos ego maníacos.

“Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites.

Infiéis, não sabeis que a amizade do mundo é inimizade contra Deus?”.  (Tiago 4.3-4)

3)    FALTA DE FÉ

Jesus deixou bem claro que somente crendo é que a nossa oração pode ser respondida.

“...E tudo o que pedirdes na oração, crendo, recebereis”. (Mateus 21.22).

“Portanto, eu lhes digo: tudo o que vocês pedirem em oração, creiam que já o receberam, e assim lhes sucederá”. (Marcos 11:24).

Nestes textos a promessa é qualificada de tal forma que a oração deve ser acompanhada pela fé. É preciso ter fé e não duvidar.

Assim nos diz Tiago, ao pedir sabedoria em oração:

“6 Peça-a, porém, com fé, sem duvidar, pois aquele que duvida é semelhante à onda do mar, levada e agitada pelo vento.

7 Não pense tal homem que receberá coisa alguma do Senhor;

8 é alguém que tem mente dividida e é instável em tudo o que faz.   (Tiago 1. 6-8).

Se você se sente e se identifica com esse tipo de pessoa, uma boa oração a fazer é:

“Imediatamente o pai do menino exclamou: "Creio, ajuda-me a vencer a minha incredulidade!”.   (Marcos 9.24).

4)    FALTA DE SINCERIDADE.

Algumas vezes, nossas orações não são respondidas porque, com muita franqueza, realmente não nos preocupamos se elas são respondidas ou não. Ocasionalmente, oramos por algo em algum lugar e logo depois sequer nos lembramos do que de fato pedimos ao Senhor.

Exemplo: Um simples exemplo é quando alguém pede suporte financeiro para um projeto, e você não está disposto a contribuir e para se livrar do sujeito você diz: Eu vou orar por você.

Fazemos isso, como se orar, fosse menos importante do que contribuir, e ao mesmo tempo requeresse esforço menor do que contribuir.

Assinar um cheque, ou pagar um boleto, talvez seja até mais simples do que orar, pois você terá alguém ou um boleto cobrando para que você faça isso. Quando você se compromete a orar, você ora, porque se comprometeu a ajudar aquele projeto em oração. Assinou um contrato verbal com o Senhor e cumpriu. Se você não agiu assim, o que faltou foi sinceridade de sua parte, tanto para com Deus, quanto para com quem você se comprometeu a orar.

5)    FALTA DE PERSEVERANÇA

Intimamente relacionada à sinceridade está a perseverança em oração.

Nossa falta de persistência pode ser a razão por que nossas orações não são atendidas. Desanimamos muito facilmente.

Jesus falou sobre o tema na Parábola do Juiz e da viúva:

“1 Então Jesus contou aos seus discípulos uma parábola, para mostrar-lhes que eles deviam orar sempre e nunca desanimar.
2 Ele disse: "Em certa cidade havia um juiz que não temia a Deus nem se importava com os homens.
3 E havia naquela cidade uma viúva que se dirigia continuamente a ele, suplicando-lhe: ‘Faze-me justiça contra o meu adversário’.
4 "Por algum tempo ele se recusou. Mas finalmente disse a si mesmo: ‘Embora eu não tema a Deus e nem me importe com os homens,
5 esta viúva está me aborrecendo; vou fazer-lhe justiça para que ela não venha me importunar’ ".
6 E o Senhor continuou: "Ouçam o que diz o juiz injusto.
7 Acaso Deus não fará justiça aos seus escolhidos, que clamam a ele dia e noite? Continuará fazendo-os esperar?
8 Eu lhes digo: ele lhes fará justiça, e depressa. Contudo, quando o Filho do homem vier, encontrará fé na terra? " (Lucas 18.1-8).

Jesus destaca nesta parábola o nosso “dever de orar sempre e nunca desanimar”. (Lucas 18.1).

O mesmo desafio nos faz o Apóstolo Paulo quando nos diz:

“Orem continuamente”. (1 Tessalonicenses 5:17). Orem sem cessar.

Conclusão:

Estes são alguns dos obstáculos que enfrentamos, quando estamos diante das promessas de Jesus sobre a oração:

- Pecado em Nossa vida

- Motivos Errados

- Falta de Fé

- Falta de Sinceridade

- Falta de Perseverança.

Se qualquer um desses obstáculos impede nossas orações, então não podemos reivindicar, com confiança, a promessa de Jesus: “e farei tudo o que pedirdes em meu nome”.  (João 14.13).

Como então deve ser feita essa reivindicação?

Saiba que o seu pedido deve estar de acordo com a vontade de Deus.

“Esta é a confiança que temos ao nos aproximarmos de Deus: se pedirmos alguma coisa de acordo com a sua vontade, ele nos ouve.

E se sabemos que ele nos ouve em tudo o que pedimos, sabemos que temos o que dele pedimos”.  (1 João 5:14-15).

Agora sim, conseguimos QUALIFICAR de fato essa promessa.

Compreendemos aqui, que algumas vezes, nossas orações não sejam atendidas, não por causa de alguma falta nossa, mas simplesmente porque Deus sabe melhor do que nós o que deve ser feito.

Nossa perspectiva e sabedorias são limitadas, mas as de Deus são exercidas do ponto de vista de sua onisciência. Ele tudo sabe, Ele tudo vê.

Se você deseja realmente enfrentar esse problema da oração não respondida sugiro, enfrentar o problema de frente:

- Faça um inventário dos obstáculos às orações respondidas.

- Qual é o seu pecado não confessado?

- Qual área de sua vida você tem escondido de Deus?

- Que lugar de sua vida você ainda não abriu para Cristo?

- Será que suas orações não são puramente egoístas?

- Suas orações procuram a Glória de Deus?

- Você acredita realmente que Deus responde suas orações?

- Você persevera no desejo ardente de obter uma resposta de Deus?

Decida hoje por lutar com o Senhor e certamente você terá sempre uma resposta clara de Deus as suas orações:

"Não te deixarei ir, a não ser que me abençoes". (Gênesis 32.26).

Com base no livro: CRAIG, William Lane. Apologética para Questões Difíceis da Vida. Trad. Heber Carlos de Campos. São Paulo: Vida Nova, 2010. Págs. 47-64

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